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2,8 milhões de colaboradores móveis nas empresas portuguesas

Publicado em 30 Setembro 2015 | 1710 Visualizações

Em três anos o número de colaboradores móveis em Portugal deverá ser superior a 2,8 milhões de pessoas (de um total de 64% da população activa no território nacional). O valor corresponde a uma taxa de crescimento anual média de 6,7% neste período. Os dados são do estudo Mobile Enterprise Applications in Portugal, realizado pela IDC com o apoio da Sage.

De acordo com o mesmo trabalho, no ano passado, estimativas da IDC apontavam que «o número de trabalhadores móveis no território nacional ultrapassava os dois milhões de pessoas, equivalente a 48% da população activa em Portugal». Diz a IDC que «as perspectivas de crescimento acompanham a realidade internacional».

 

Neste contexto, os resultados do estudo indicam que a generalidade dos responsáveis de negócio e de TI «estão conscientes de que as soluções de mobilidade são factores críticos para aumentar a produtividade dos colaboradores, melhorar a experiência e formas de relacionamento com clientes e parceiros, e inovar os modelos de negócio», segundo refere o mesmo estudo.

 

Contudo, este trabalho evidencia também «que grande parte das organizações nacionais ainda não investiram o suficiente na implementação de processos de gestão, de tecnologias e de um conjunto de competências que são necessárias para alcançar a generalidade dos objectivos relacionados com a mobilidade».

 

O estudo permitiu a recolha de dados relativamente à maturidade da mobilidade corporativa no território nacional por sector económico. À semelhança do que acontece na Europa Ocidental, os dados recolhidos evidenciam duas fases de adopção em Portugal. Segundo a IDC, existem as organizações que incorporaram a mobilidade nas suas estratégias de negócio e TI há cerca de 5-6 anos e que, por isso, «conseguem hoje criar valor para o negócio». Neste grupo, estão os sectores das telecomunicações e financeiros que são «os mais maduros em Portugal». Por outro lado, há as que «iniciaram este caminho há cerca de 1 ou 2 anos» e que «estão nas fases iniciais deste modelo». Neste último grupo estão a Administração Pública, serviços e indústria, tidos como «os domínios menos desenvolvidos».

 

Questionado sobre os resultados deste estudo, Gabriel Coimbra, country manager da IDC Portugal, explicou que «o número de trabalhadores móveis têm vindo a crescer de forma muito constante nos últimos 10 anos devido a vários factores, desde a globalização, pressão competitiva, o desenvolvimento tecnológico, entre outros». Neste contexto «era expectável que as organizações ainda não estivessem totalmente preparadas para a gestão da mobilidade». De resto, esta é uma realidade «transversal a todos os sectores».

 

Mas será que associado a este crescimento dos trabalhadores móveis há também uma maior noção de questões como a segurança da informação ou armazenamento dos dados? Gabriel Coimbra refere que «há uma preocupação crescente, mas ainda é necessário um maior conhecimento sobre as questões relacionadas com a segurança da informação por parte dos gestores nacionais».

 

O que fazer?

 

Tendo em conta o cenário traçado, a IDC deixa um conjunto de recomendações a ter em conta. Diz a empresa que as implementações iniciais «tendem a ser uma resposta à procura dos utilizadores ou a movimentações dos concorrentes e não são realizadas com uma estratégia de mobilidade adequada ou tendo em conta os riscos de segurança». Esta abordagem reactiva «contribuiu para baixos níveis de satisfação, com apenas 24% das organizações satisfeitas com as suas implementações móveis».

 

Adicionalmente, esta ausência de estratégia «leva a que as organizações invistam em soluções pontuais, que satisfazem uma necessidade imediata em vez de disponibilizar uma plataforma de crescimento». Neste caso, a IDC recomenda que as organizações «dêem um passo atrás para a Fase 0, para definir os seus objectivos de mobilidade e identificar o caminho a percorrer».

 

A IDC dividiu o processo em quatro fases, sendo a primeira aquela que diz respeito à definição de uma estratégia de mobilidade, cabendo às organizações «assegurar que a estratégia foi desenhada e os riscos potenciais foram endereçados».

Na segunda fase, trata-se de assegurar a «mobilização das pessoas», enquanto na terceira fase se fala já em mobilização de processos. Neste caso, diz a IDC que «mobilizar os processos envolve a optimização dos processos de negócio existentes para equipamentos móveis». Por exemplo, as vendas podem utilizar aplicações CRM optimizadas para equipamentos móveis «para registar a interacção com smartphones ou tablets, o que vai aumentar a produtividade e a eficiência e deve ser correlacionado com o crescimento das vendas».

 

A última fase a ter em conta diz respeito à mobilização do canal que «envolve a colaboração entre a organização e os seus parceiros na cadeia de valor». A IDC acredita que a mobilização do canal pode ser alcançada por qualquer sector de actividade. No entanto, alguns sectores como a indústria e a logística «têm a vida facilitada na mobilização dos seus canais versus os que possuem uma estrutura de canal mais ambígua, como seja o caso do sector educativo e o governo».

 

 

 

O que dizem os números

 

2018

ano em que o número de colaboradores móveis em Portugal deverá ser superior a 2,8 milhões de pessoas.

 

6,7%

é a taxa de crescimento anual média para o mesmo período de três anos.

 

(Fonte: Estudo «Mobile Enterprise Applications in Portugal»)

 


Publicado em:

Mobilidade

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IDC

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