A importância das TIC para Portugal num contexto de crise global
Luís Silva, Presidente Executivo da Ericsson em Portugal
Como quase todo o tecido empresarial à escala global, também Portugal não fugiu aos efeitos da pandemia do Covid-19, declarada pela OMS. A Ericsson teve que enfrentar um desafio sem precedentes, em tempo recorde. Foi necessário avaliar o nosso modo de trabalho, ajustar processos e enviar para casa várias centenas de colaboradores em trabalho remoto, e com isso organizar equipas, métodos e comunicação. Sempre com prioridade absoluta na segurança de colaboradores, clientes e parceiros.
Quando a OMS declarou pandemia do novo coronavírus a 11 de março, estávamos já a implementar um plano interno de contingência e a adotar várias medidas preventivas, a nível global e também em Portugal. A 7 de fevereiro tomámos a difícil decisão de não participar no Mobile World Congress em Barcelona. Mais tarde, no dia 25 de fevereiro a Ericsson restringiu todas as viagens internacionais essenciais, não comerciais, dos nossos colaboradores. Também cancelámos a participação por tempo indeterminado em todos os eventos, como forma de ajudar a conter a propagação do vírus globalmente. Também incluímos todas essas medidas de precaução nas nossas instalações e junto de toda a nossa equipa em Portugal.
Mas o dia 11 criou em todos uma sensação de urgência, da necessidade de dar condições à equipa da Ericsson em Portugal para iniciar uma nova fase ainda que transitória das suas carreiras, o trabalho a partir de casa. A quarentena declarada pelo Governo foi apenas a decisão oficial, tomada já em pleno processo de realocação das equipas.
Talvez por sermos uma empresa tecnológica, temos no nosso âmago a visão e as soluções que permitem enfrentar uma situação com esta dimensão. Isso deu-nos uma confiança e à-vontade para garantir uma qualidade de serviço similar à que desenvolvíamos em ambiente normal de trabalho. Claro que os constrangimentos naturais de mudar de rotinas, tantas vezes com filhos a cargo, podem criar algumas entropias. Mas a competência e profissionalismo dos colaboradores da Ericsson em Portugal mostra-se acima de qualquer dúvida.
É interessante que esta mudança organizacional nas relações de trabalho tenha surgido em pleno processo de implementação da tecnologia 5G. Aquilo que muitos falavam e anunciavam para breve, como as mudanças nas relações profissionais, com a inevitável utilização das soluções tecnológicas para exponenciar o potencial dos mais variados setores e agentes económicos, pode estar, afinal, ainda mais próximo. Deixemos as conclusões para depois da crise, mas é interessante começarmos desde já a pensar no que vai ser o futuro da nossa sociedade já amanhã.
Não quero e não defendo a diminuição do contacto profissional, da importância de colegas se verem in loco e trocarem impressões, tantas vezes de forma informal, da relevância de conhecer clientes e parceiros. Mas cabe-nos perceber que, e porque lidamos igualmente com a necessidade de encontrar alternativas mais sustentáveis do ponto de vista ambiental e energético, temos uma oportunidade para reformular um paradigma. Afinal, a globalização também se pode fazer em casa, com as mais relevantes inovações e soluções tecnológicas ao nosso dispor.
Num momento de crise, as informações e a comunicação são críticas. As redes móveis são uma parte essencial do backbone das comunicações, permitem que profissionais de saúde e segurança pública, bem como os colaboradores de tantas empresas consideradas prioritárias, permaneçam conectados. Verificamos, também, que trabalhar em casa será o novo normal. Não por acaso, as redes móveis são reconhecidas como uma infraestrutura crítica para o funcionamento da sociedade.
Por isso, e num período tão crítico, continuamos a apoiar os nossos clientes, a entender e encontrar soluções para as suas necessidades, maximizar a respetiva capacidade e desempenho.
Saudação muito especial para os nossos engenheiros. Mesmo num país que se vê obrigado em larga maioria a estar confinado às suas casas, estes encontram-se no terreno, imbuídos de um sentido de dever, que passa pela manutenção e funcionamento das redes que ligam pessoas, famílias, empresas. É uma honra contar nos nossos quadros com equipas desta qualidade e grandeza!
Uma última palavra para todos os colaboradores da Ericsson em Portugal, mas também a nível global. Para os nossos clientes e parceiros, para os portugueses em geral. Vamos ultrapassar esta crise e ficar todos bem. Vamos ultrapassá-la mais fortes, mais cientes do nosso papel na sociedade e na vida. Vamos enfrentar duras realidades, mas vamos estar mais fortes para encará-las e ultrapassá-las. Hoje unidos, amanhã juntos. Pela nossa saúde e bem-estar!
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