A tecnologia é o gatilho da transformação digital
A economia digital é uma oportunidade. Não há duvidas em relação às vantagens da digitalização, e a consciencialização sobre as possíveis ameaças deste mercado de nova geração é também um dado adquirido.
Na apresentação do estudo Redefining Boundaries: Insights from the Global C-suite Study, do Institute for Business Value da IBM, António Raposo de Lima, presidente da IBM Portugal, assumiu que a disrupção digital atual conduz, por um lado, a «uma enorme quebra das barreiras de entrada em praticamente todos os setores» e, por outro, a «uma alteração das cadeias de valor tradicionais, o que revoluciona por completo indústrias e cria novos e inovadores modelos de negócio, em que as regras do jogo são completamente alteradas».
É um mercado de oportunidades reconhecido e atestado também pelo Ministro da Economia, Manuel Cadeira Cabral. «Não sendo Portugal o país que tem mais empresas líderes mundiais instaladas, que dominam os grandes mercados, há aqui uma oportunidade muito interessante», afirmou o executivo. Segundo ele, este é um mercado apetecível, mas que tem riscos associados.
Até agora, um dos principais riscos para as empresas era o aparecimento de um novo concorrente que trouxesse para o mercado um produto de melhor qualidade ou mais barato. E, como defesa, procuravam melhorar ou expandir o leque de produtos e serviços que ofereciam, ou chegar ao mercado de uma forma mais eficiente e inovadora.
Hoje, a concorrência é muitas vezes invisível e surge na forma de invasores digitais com modelos de negócio totalmente diferentes. Estas empresas, mais pequenas e mais ágeis por não gerirem infraestruturas pesadas, procuram chegar a uma parte importante da cadeia de valor, ignorando as empresas já estabelecidas e assumindo o controlo na relação com o cliente, ofuscando os outros fornecedores.
48% dos executivos entrevistados no estudo da IBM reconhecem que para se manterem competitivos têm de tomar decisões mais descentralizadas. Enquanto 54% admite procurar inovação adicional em fontes/parcerias externas e 70% tem planos para expandir a sua rede de parceiros.
No estudo de 2015, a maioria dos executivos prevê de facto mudar a forma como as suas organizações interagem com os clientes: 81% estão especialmente interessados em criar experiências mais digitais com os consumidores e 66% em torná-las mais individualizadas.
No entanto, muitos dos gestores entrevistados admitiram abertamente que sentem dificuldade em identificar que desafios se seguem. Ainda assim, quando se trata de explorar novas tendências e tecnologias, só metade dos inquiridos está de facto a ter em conta as opiniões dos clientes.
Este é de resto um problema antigo, uma vez que já no IBM Global C-Suite Study de 2013, 60% dos CEOs diziam querer envolver diretamente os seus clientes, implementando o seu feedback no processo de negócio. Dois anos depois, é ainda uma lacuna que não ficou resolvida.
A tecnologia é uma força externa reconhecida por um painel de gestores nacionais
Pela primeira vez nas três edições do estudo C-Suite da IBM, todos os executivos inquiridos identificam a tecnologia como uma força externa. A cloud, as soluções de mobile, a Internet das Coisas e as tecnologias cognitivas são as áreas nas quais dizem ver maior valor acrescentado para os negócios. Quanto aos riscos, há dois anos a segurança de TI ocupava um lugar com pouco destaque. Agora, 68% dos entrevistados aponta a segurança de TI como o risco número um do negócio.
Chamados pela IBM a falar do papel da tecnologia para a competitividades das suas organizações, Eduardo Stock da Cunha, presidente do Novo Banco, Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Francisco Pedro Balsemão, CEO do Grupo Impresa, Salvador de Mello, presidente da José de Mello Saúde, Vera Pinto Pereira, diretora-geral da International Fox Channels Ibéria, e António Raposo de Lima, reconheceram a importância da tecnologia nos processos de inovação. De forma unanime todos concordaram que o ativo tecnológico permite também «antecipar tendências, responder aos clientes de forma imediata e personalizada e até ser mais eficiente a gerir custos», correspondendo aos desafios da transformação digital que está em cursos um pouco por todos os setores de atividade.
«O momento que vivemos sendo disruptivo e constantemente dinâmico exige não apenas a transformação dos modelos de negócio e das organizações como a sua transformação contínua, como nunca antes experimentámos», sustentou o presidente da IBM Portugal.
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