AI na rota da transformação digital
38 sessões no Inspiration Stage, mais de 40 oradores e mais de 10 horas de conteúdo, desde sessões inspiradoras, apresentações de casos de estudo e debates, tudo isto e muito networking ao mais alto nível trouxe à ribalta o arranque da 6ª edição do Building The Future, com o tema “Superpowers: The Digital Human (R)evolution”.
Manuel Dias, diretor nacional de Tecnologia da Microsoft Portugal, compartilhou os insights do estudo conduzido em parceria com a IDC, intitulado “Da expectativa ao sucesso: Alcançar o sucesso empresarial com a IA na Europa – Portugal, que contou com a participação de mais de 2.000 líderes empresariais e decisores de todo o mundo, dos quais 500 fazem parte da região EMEA, que são responsáveis por dar vida à transformação da IA nas suas organizações.
Com base no estudo, Manuel Dias concluiu que “as organizações a nível nacional estão em linha com o sentimento europeu sobre a implementação de IA, com 62% a utilizarem esta tecnologia e 25% a ponderar a sua utilização nos próximos 24 meses”.
Neste momento, três dos principais use cases verificados em Portugal, têm por base data analytics avançada, assistentes virtuais ou chatbots, como por exemplo o projeto desenvolvido pela Agência da Modernização Administrativa, ou a otimização de processos.
O estudo dá ainda conta de que 40% das organizações em Portugal utiliza plataformas de cloud pública para experimentação, desenvolvimento e testes de IA, enquanto cerca de 26% utiliza plataformas de cloud pública em todo o ciclo de implementação de IA, end-to-end, o que faz de Portugal um mercado alinhado com o da Europa Ocidental. 77% das organizações afirma que é importante ou muito importante que os fornecedores de IA tenham uma estratégia de IA responsável, mas apenas 36% admitiram ter um órgão de governance que supervisiona a utilização responsável de IA.
A velha questão do ROI
Os dados da IDC confirmam que, na Europa, as empresas estão ansiosas por adotar a tecnologia de IA, com 67% dos inquiridos a utilizar atualmente ferramentas de IA nas suas organizações e 21% a planear fazê-lo nos próximos 12 meses.
As organizações que já implementaram estão a obter um retorno dos seus investimentos em IA no prazo de 14 meses, sendo que por cada 0,91€ que investem em IA, estão a obter uma média de 3,06€ de retorno. No entanto, mesmo com esta dinâmica e perspetiva positiva, as organizações estão a enfrentar desafios no que diz respeito à implementação. A escassez de profissionais qualificados está a impedir 54% das empresas de acelerar as suas inovações baseadas em IA.
Para ajudar a colmatar esta escassez de competências, a Microsoft já envolveu mais de seis milhões de pessoas a nível mundial em atividades de aprendizagem nos últimos 12 meses e tem a ambição de fornecer competências a todos os que utilizam a sua tecnologia de IA. O seu ecossistema de mais de 400.000 parceiros em todo o mundo está também a ser reforçado com as competências necessárias para implementar a tecnologia de IA de forma responsável e para proporcionarem maior valor aos clientes.
Gestão de mudança e ética
Segundo a Microsoft, uma abordagem estratégica à IA exige não só conhecimentos tecnológicos, de dados e de IA, mas também conhecimentos do domínio empresarial e competências de gestão da mudança. As organizações devem também perceber que utilizar uma plataforma de IA não se trata apenas de chegar mais rapidamente ao mercado; trata-se também de trabalhar com parceiros que assumam a responsabilidade por aspetos fundamentais da implementação da IA. As organizações em Portugal arriscam-se a perder para os concorrentes internacionais, a menos que procurem fornecedores de plataformas que as ajudem a criar valor de forma rápida e segura. Nesse sentido, as organizações devem apostar em projetos diferenciadores e interessantes com a IA – ainda que os investimentos dependam muito do impacto desta tecnologia nas métricas de negócio.
Pascal Bornet, especialista em Inteligência Artificial e Automação, autor e influenciador, foi o senhor que se seguiu no palco do Building The Future, defendendo que a tecnologia “está a aumentar os negócios e a tornar o mundo mais humano”, mas deixou um alerta importante: «As máquinas estão a aprender enquanto os humanos estão viciados em ecrãs». De acordo com este responsável, é preciso produzir literacia em IA e perceber como é que a tecnologia nos pode ajudar, da mesma forma é necessário conhecer os riscos e as questões éticas que devem ser acauteladas.
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