Ana Figueiredo assume presidência do conselho de administração da Altice Portugal 

Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal, vai passar a acumular estas funções com a presidência do conselho de administração da empresa em Portugal. O cargo era ocupado por Alexandre Fonseca, que suspendeu todas as funções no grupo na sequência do processo que envolve altos cargos da Altice.

Esta segunda-feira, a decisão de suspensão dos cargos por parte de Alexandre Fonseca era justificada pela Altice como forma de «proteger os interesses do grupo» e respetivas marcas, tendo em conta que os atos investigados decorreram «no período em que este exerceu funções executivas de presidente da Altice Portugal». Alexandre Fonseca, além de presidente do conselho de administração da Altice Portugal e da operação do grupo nos Estados Unidos, era co-CEO do grupo Altice.

Recorde-se que o co-fundador do grupo Altice, o português Armando Pereira e um empresário próximo do gestor, foram dois dos alvos das cerca de 90 buscas realizadas no final da semana passada, no âmbito da Operação Picoas. 

A operação decorre de suspeitas de de um esquema que terá lesado o Estado e a própria Altice em milhões de euros, que tem nos dois empresários os principais suspeitos. O esquema de desvio de fundos envolveu a venda de património da antiga PT, comprada pela Altice, mas também com outros negócios, como comissões relacionadas com direitos de futebol. Uma nota da Procuradoria da República indicava que Altice e Estado podem ter sido lesados em mais de 100 milhões de euros. 

Os dois arguidos foram entretanto indiciados por suspeitas de 35 crimes. Armando Pereira foi indiciado por 11 crimes de corrupção ativa e passiva, branqueamento e falsificação de capitais. Hernani Antunes é suspeito de 20 crimes.

Alexandre Fonseca não é arguido no processo mas tal como vários outros funcionários do grupo ficaram entretanto suspensos de funções enquanto o processo decorre. A informação foi divulgada pela própria Altice, no mesmo dia em que deu a conhecer que tinha iniciado uma investigação interna e que iria submeter-se a auditoria externa. A empresa revelou ainda, também no início da semana, que foram tomadas medidas internamente na sequência da Operação Picoas, não apenas a nível local, mas também a nível internacional. 

No comunicado divulgado a propósito da nomeação de Ana Figueiredo para o cargo de chairman, a empresa volta a reforçar que a «Altice Portugal continua a realizar a sua atividade de forma normal e continuará a conduzir o seu negócio com a maior integridade e no interesse de todos os stakeholders, colocando em primeiro lugar os seus clientes e colaboradores». 

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