Android da Google no centro da discórdia
A Google corre o risco de vir a pagar uma multa avultada e de se ver obrigada a realizar grandes mudanças na forma como conduz o seu negócio, na sequência de novo processo da Comissão Europeia (CE) que acusa o gigante norte-americano de práticas concorrenciais desleais e de monopólio ao nível do Android.
A CE defende que a Google está a tirar partido da atual posição que detém no mercado, ao impor restrições aos fabricantes de equipamentos Android e aos operadores de rede móvel.
Recorde-se que o Android da Google é o sistema operativo móvel mais utilizado em todo o mundo. Mas sempre que faz o seu licenciamento, a empresa norte-americana pede aos fabricantes de smartphones que carreguem, por defeito, 11 aplicações core da própria Google em cada equipamento.
Uma outra exigência diz respeito ao facto de estas aplicações deverem estar bastante visíveis e num dos ecrãs principais do smartphone, sendo que os utilizadores não têm a capacidade de as eliminar caso assim o desejem.
Tendo este cenário como pano de fundo, a CE acusa a Google de abusar da sua posição de líder de mercado. O Android é um SO particularmente popular na Europa, abarcando cerca de 80% do mercado de smartphones e tablets, segundo a própria Comissão.
«Tendo como base a nossa investigação, acreditamos que o comportamento da Google retira aos consumidores a possibilidade de livre escolha no que a aplicações móveis e serviços diz respeito, ao mesmo tempo que limita a inovação que outros players possam querer fazer, indo assim contra as regras da concorrência estipuladas pela UE», disse Margrethe Vestager, comissária europeia que detém a pasta da Concorrência.
Na sequência do processo, a Comissão Europeia poderá aplicar uma multa à Google que chegará aos 10% das suas receitas anuais, ou seja, qualquer coisa como 7 mil milhões de dólares.
Recorde-se que a União Europeia começou formalmente a investigar o caso Android em abril de 2015. Nessa altura, a comissária europeia defendeu que «forçar os fabricantes a carregar 11 aplicações de base poderá implicar uma quebra no negócio da concorrência».
A Google responde, lembrando que conta atualmente com uma loja online forte, a Google Play, na qual os clientes Android podem fazer o download das aplicações que desejarem e que entram em concorrência direta com as da própria Google.
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