Blockchain: agap2IT pronta para levar ao mercado nova solução para segurança de dados

O BlockBase foi uma das apostas fortes da Agap2IT este ano na Web Summit. Ricardo Pinto, diretor de pesquisa e desenvolvimento da empresa, falou com o Ntech.news ainda durante o evento e garantiu que o interesse e curiosidade na novidade durante a feira foi grande.
O serviço é o culminar de quatro anos de trabalho na área do blockchain, uma tecnologia que a empresa tem vindo a explorar e que acabou por ser a base de uma solução capaz de «resolver um problema que não é resolúvel com uma tecnologia tradicional».
A solução vai funcionar como uma aplicação descentralizada e assente na tecnologia EOS.IO, que está na base da EOS, uma das moedas virtuais mais conhecidas do mercado. É segundo a empresa, um dos primeiros projetos de origem nacional assente na tecnologia. Objetivo: criar uma forma segura e inviolável de guardar dados críticos. Os detalhes explicam-se no vídeo que pode ver aqui:
Um caminho para travar o roubo e violação de dados
A integridade é a característica chave para fazer do blockchain o suporte ideal para a proteção de bases de dados, acredita a Agap2IT. «O volume de dados roubados e de alterações dissimuladas de informação são hoje gigantescos e o blockchain pode resolver isso», defende Ricardo Pinto.
A tecnologia cria um histórico inviolável e sequencial de cada alteração feita numa base de dados, que não pode ser manipulado e essa é uma diferença chave em relação aos sistemas tradicionais, que a agap2IT quer colocar ao serviço da proteção de dados críticos.
«Numa base de dados com informação que é relevante essa informação está sujeita a ser alterada, há sempre quem tenha o poder de o fazer», intencionalmente, por falhas de configuração ou por erros, exemplifica o responsável. Uma solução baseada em blockchain pode alterar essa realidade e é isso que o BlockBase pretende fazer, através de uma solução que será disponibilizada como serviço e que assenta em três pilares fundamentais «confidencialidade, integridade e disponibilidade».
«O blockchain é uma revolução tecnológica e nós estamos a usar esse paradigma para a guarda de bases de dados», sublinha Ricardo Pinto. «Qualquer informação que seja relevante ganha por estar guardada em blockchain e nós queremos oferecer isso como um serviço», acrescenta.
Projeto financiado pelo Portugal 2020
O BlockBase nasceu com o apoio de fundos do Portugal 2020 SI I&DT. O desenvolvimento da plataforma arrancou em outubro de 2018 e em dezembro/janeiro deve chegar uma versão de testes, onde a comunidade open source pode testar o software. Em março avançará a beta da versão oficial do software, que será disponibilizado gratuitamente.
A Agap2IT posicionar-se-á entretanto como intermediário da solução, entre os utilizadores que queiram guardar as suas bases de dados com esta tecnologia e as entidades que pretendam fornecer o serviço, a transacionar através do utility token que já está a ser distribuído. Esta moeda virtual será também o garante do valor económico da proposta e um dos caminhos para criar valor para a agap2IT.
O retorno económico do projeto para a Agap2IT fica garantido pela retenção de uma parte dos tokens emitidos (45%), explica Ricardo Pinto, mas também pelo negócio que pode vir a ser gerado a partir do software. Incluem-se aqui necessidades de customização, de formação ou apoio para a resolução de problemas específicos, exemplifica.
A agap2IT foi fundada em 2005 e mantém neste momento operações em 10 países. Recentemente anunciou a reorganização da oferta, que passou a estar agrupada em quatro eixos: Agap2 Technology Services, Digital eXperience Solutions, Nearshore Technology Services e Labs.
Em comunicado, a companhia explicou que «a transformação agora realizada visa criar, desenvolver e potenciar a tecnologia como parte integrante da atividade das empresas, alavancar a inovação interna e posicionar a consultora na liderança do mercado».
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