Carlos Moedas diz que UE tem de investir mais e de forma diferente em inovação
Carlos Moedas defende que a região só terá condições para competir a nível global, em termos de inovação, se reforçar significativamente o investimento nesta área. Mas não só. O comissário europeu da inovação acredita que outras mudanças fundamentais têm de acontecer no espaço da UE, para dinamizar o surgimento de novos projetos inovadores e, mais do que isso, mantê-los na região.
Na Web Summit, o responsável recordou que o investimento da UE em inovação e ciência é muito inferior ao de outras regiões do globo, como os Estados Unidos, que encaminham quase o dobro do seu orçamento disponível para esta área (a diferença é de 8%, na UE para 15% nos EUA). “Investimos muito a nível nacional, mas é a nível europeu que temos de agir para ganhar escala”, defende.
Carlos Moedas lembrou ainda que, enquanto nos EUA a maioria das empresas hoje desenvolve-se com recurso a financiamento de investidores, 80% das empresas europeias continuam a recorrer à banca.
Na Europa o volume de investimento angariado através de capital de risco ascende a 5 mil milhões de euros, nos EUA esse valor é cinco vezes superior. Para melhor este indicador recordou o lançamento de um fundo de 400 milhões de euros, já anunciado, que se espera seja um contributo importante para ajudar a desenvolver novos projetos e retê-los na região, por encontrarem aqui as ferramentas necessárias para prosperar, nomeadamente condições financeiras.
As regras de aprovação de financiamento também devem mudar, defendeu Carlos Moedas, aproximando-se daquilo que a Europa faz hoje na área da investigação fundamental. “Há algo que fazemos melhor que ninguém no mundo: investir em ciência fundamental.
Porquê? Porque financiamos de sem perguntas”, explicou. Entende-se que o cientista está em melhores condições de direcionar os esforços do trabalho que vai fazer e dá-se liberdade de movimento que projetos financiamos. Moedas acredita que a mesma lógica tem de ser aplicada na inovação, focando atenções no potencial do projeto, mas sobretudo de quem o dirige. “muitas vezes é nas pessoas que estamos a investir”, frisou
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