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Condução autónoma: a oportunidade que ninguém quer perder

Publicado em 8 Novembro 2017 por Ntech.news - Cristina A. Ferreira | 1133 Visualizações

A indústria automóvel está à beira de viver uma das maiores transformações das últimas décadas, com a chegada à estrada dos carros autónomos. Dos fabricantes do sector às empresas de software, ninguém quer ficar de fora desta revolução e milhares de empresas em todo o mundo estão a investir em força para assegurar um lugar na linha da frente. Algumas passam estes dias por Lisboa, pela Web Summit, que já foi palco de um anúncio importante sobre o tema.

John Krafcik, CEO da Waymo, empresa do mesmo grupo da Google, revelou esta terça-feira que a tecnologia que desenvolveu e testou ao longo dos últimos oito anos está pronta para chegar ao mercado. Por outras palavras, os carros autónomos da Waymo já estão prontos para circular sem qualquer intervenção ou monitorização humana. Desde meados de outubro, os testes realizados pela empresa em estradas públicas deixaram de ter um humano no lugar do condutor, como segurança para algum tipo de imprevisto.

Chegada a esta fase, a empresa está pronta para dar o próximo passo, que será chamar os inscritos num programa lançado no início deste ano, para experimentar e circular nos carros equipados com a tecnologia, no lugar de passageiro. Os moradores de Phoenix no Arizona, uma das principais zonas de teste, serão os primeiros a ter acesso.

Tal como nas experiências que decorrem desde meados de outubro, estas primeiras boleias de teste à condução autónoma da Waymo, vão ocorrer na via pública, mas numa área delimitada. A prazo o objetivo é quebrar também estas barreiras.

Com a tecnologia pronta, John Krafcik falou no potencial da sua aplicação a vários contextos. Mostrou alguns números e recordou que nos Estados Unidos, como no resto do mundo, os automóveis são um investimento pesado para as famílias e pouco rentabilizado, para explicar o modelo de negócio inicial da Waymo.

“Dar às pessoas acesso a uma frota de veículos, em vez de começar com um modelo para aquisição, vai fazer com que mais gente tenha a possibilidade de explorar a tecnologia mais depressa”, destacou, antes de mostrar o que já conseguem fazer os veículos da Waymo.

O tema dos carros autónomos e das soluções de mobilidade é um dos “pratos fortes” da segunda edição portuguesa da Web Summit, deixando pouca margem para dúvidas relativamente aos esforços de diferentes empresas para marcar terreno neste domínio.

A própria Alphabet (dona da Waymo e da Google) trabalha em várias frentes e com vários parceiros. Se no universo Waymo, e nesta fase, a Crysler é a principal parceira, noutras frentes nascem colaborações com outros nomes da indústria.

A Volkswagen anunciou também esta terça-feira na Web Summit a parceria com a Google para usar o poder da computação quântica como acelerador da próxima geração de serviços de mobilidade.

No âmbito da parceria, a computação quântica será usada para desenvolver algoritmos e trabalhar cenários. Primeiro de forma completamente experimental, que numa fase posterior pode conduzir ao desenvolvimento de soluções que permitam a otimização de fluxos de trânsito, ou a desenvolvimentos no âmbito da inteligência artificial que possam ser usados em carros autónomos.

No mesmo palco em que a Volkswagen revelava detalhes da estratégia do fabricante alemão, George Hotz explicou o negócio da empresa que fundou e dirige, a Comma.ai, deixando mais uma prova clara de que as empresas de software são um concorrente para levar a sério neste novo desafio da indústria automóvel.

O hacker que ficou conhecido quando aos 17 anos conseguiu violar o sistema de segurança do iPhone original, está empenhado em criar uma plataforma de navegação autónoma, baseada em software aberto. E a ambição é grande, acredita que a tecnologia pode transformar-se no Android dos automóveis.

À primeira abordagem sofreu um revés, a Comma.ai lançou no ano passado um kit de condução autónoma que acabou por cancelar, para evitar problemas com o regular por não cumprir os requisitos necessários. A nova tentativa surge por partes e é composta por um dongle, software e uma aplicação, que já estão disponíveis, embora num formato ainda pouco amigável para o condutor comum. A startup procura investimento e a colaboração de outros entusiastas da tecnologia para acelerar a chegada à meta.

 


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