«É através do Centro em Lisboa que asseguramos o desenvolvimento de produtos e novas funcionalidades a mais de 600 clientes»
Julien Almeida, Sigma Conso
Um dos centros de competências internacionais que Portugal acolhe é da Sigma Conso, uma empresa belga, especialista em software de Corporate Performance Management. A tecnológica serve cerca de 600 clientes a nível mundial e Julien Almeida, product architect, responsável pelo desenvolvimento TI da empresa e pelo centro de Lisboa garante que a estrutura local tem uma importância estratégica.
Foi a resposta para a escassez de recursos que a empresa enfrentava na Bélgica e acabou por se assumir como o núcleo de desenvolvimento de novas soluções e funcionalidades da Sigma.
Nas últimas semanas, o capital da empresa foi adquirido por um fundo, a Fortino, numa operação apresentada como um reforço do capital disponível para fazer crescer o projeto e levá-lo a novos mercados e clientes. O investimento envolvido terá ficado entre os 10 e os 30 milhões de euros.
Neste momento de viragem, em que a Sigma se anunciou pronta para iniciar uma nova fase de crescimento acelerado, Julien Almeida falou com o Ntech.News sobre o impacto deste investimento na operação portuguesa e no negócio que Portugal ajuda a servir.
Ntech.News: A Sigma Conso recebeu recentemente um investimento importante que a empresa garante ser o que precisava para «iniciar uma nova fase de crescimento acelerado». Na prática, o que significa isto?
Julien Almeida: O investimento do Fortino permite que a Sigma Conso acelere o processo de internacionalização e crescimento do negócio, o que passa tanto pela contratação de novos colaboradores e reforço das equipas atuais, como pelo reforço e expansão da nossa atual presença internacional em 20 países, sobretudo nas regiões da Europa central e da Ásia. Permite-nos também melhorar os processos e as metodologias, e assim identificar mais rapidamente quais as áreas de intervenção que devemos privilegiar e onde nos devemos focar.
Em termos de expansão do negócio quais são as metas?
J.A.: A nossa ambição é alargarmos a presença na Europa à região norte, na Ásia, que é uma região enorme, passarmos a estar presentes em mais países e aumentarmos o nosso leque de clientes. Por outro lado, este investimento capacita-nos também com os recursos necessários para ampliarmos o leque de competências e de talentos dos nossos centros de desenvolvimento de Lisboa e Barcelona, de modo a que possamos desenvolver e lançar novas funcionalidades nos nossos produtos com maior rapidez e manter uma estratégia de inovação contínua, imprescindível para mantermos a posição de vanguarda tecnológica que detemos no nosso segmento de mercado.
Para a operação em Portugal, qual é a relevância deste investimento?
J.A.: O investimento da Fortino alavanca a aposta no centro de Lisboa. Esta unidade de negócio é muito relevante para a Sigma Conso Ela veio suprir as necessidades internas que tínhamos a nível de desenvolvimento e inovação e a que não era possível responder com a contratação de profissionais de TI na Bélgica, dado que há uma grande escassez deste perfil de talentos neste mercado. É através do Centro da Sigma Conso em Lisboa que asseguramos o desenvolvimento dos nossos produtos, das novas funcionalidades que são solicitadas pelos nossos mais de 600 clientes a nível mundial, e que lhes prestamos o suporte técnico necessário. E será também através deste centro de competências que a Sigma Conso irá responder ao aumento do número de clientes e à expansão geográfica das suas atividades,
Que equipa têm cá neste momento e quantas contratações querem fazer?
J.A.: A estratégia da Sigma Conso passa por termos um processo de recrutamento contínuo para podermos acompanhar e responder à evolução constante do mercado e à emergência contínua das novas tendências tecnológicas. Atualmente somos quatro pessoas e a curto prazo, isto é ao longo dos próximos meses, o nosso objetivo é duplicar a equipa em Lisboa, para podermos responder à exigência de aceleração do processo de crescimento exigida pelo investimento recente da Fortino. Ao alargarmos a nossa atuação a outros mercados e aumentarmos o número de clientes temos de ter uma infraestrutura que possa acompanhar a procura e, ao mesmo tempo, que seja capaz de manter uma estratégia de implementação contínua de mais e novas melhores práticas.
Que inovações mais relevantes já saíram deste centro local e quais são aquelas que neste momento mais ocupam os vossos engenheiros?
J.A.: Relativamente às inovações passadas, destacaria a uniformização dos métodos de autenticação relacionados com a implementação de soluções single sign on para os nossos clientes; e numa fase posterior a preparação da evolução da arquitetura da nossa oferta para a cloud. Relativamente às inovações mais recentes, sem dúvida a aposta na inovação da arquitetura das nossas soluções com a adoção da plataforma cloud Microsoft Azure. O futuro passa por atingir o maior número possível de certificações cloud e pelo reforço, desenvolvimento e inovação na área da segurança da arquitetura e das plataformas cloud.
Também por cá já se fala muito nalguma escassez de competências em algumas áreas. Têm sentido dificuldades para encontrar os recursos que procuram?
J.A. Sentimos alguma dificuldade que está relacionada com o facto de estarmos à procura de profissionais com muita experiência, o que não é muito fácil de encontrar.
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