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Economia Eco-Digital está em ebulição

Publicado em 23 Fevereiro 2024 por Ntech.News | 847 Visualizações

Um novo estudo da Capgemini revela que a economia Eco-Digital, impulsionada pelas tecnologias digitais e pela sustentabilidade, deverá duplicar e atingir os 33 biliões de dólares nos próximos cinco anos. O estudo, desenvolvido em parceria com o Digital Value Lab do Digital Data and Design Institute da Universidade de Harvard, indica que quase 8 em cada 10 empresas estão a fazer uma dupla transição para um mundo mais digital e sustentável.

A nova Era Eco-Digital, mais colaborativa e orientada por plataformas, está a impulsionar o aparecimento de novos modelos de negócio e de novas fontes de receita. Segundo o estudo, 7 em cada 10 empresas concordam que os modelos de negócio alicerçados nas tecnologias digitais serão um fator chave para assegurar o crescimento das receitas nos próximos três a cinco anos. 60% espera que estes modelos venham a gerar mais receitas do que os provenientes dos modelos de negócio tradicionais. No entanto, apenas cerca de 25% do potencial oferecido pelas principais tecnologias foi aproveitado.

A adoção das tecnologias digitais permitiu às empresas reduzirem o seu consumo de energia em quase um quarto (24%) e as emissões de GEE em 21%. O estudo estima igualmente que a redução das emissões globais de gases com efeito de estufa proveniente da utilização das tecnologias digitais até 2028 venha a compensar o aumento esperado das emissões provocadas pelo digital.

Suraj Srinivasan, Philip J. Stomberg, professor de Business Administration da Harvard Business School e Head of the Digital Value Lab do Digital Data and Design Institute de Harvard, dá conta de uma rápida evolução das tecnologias emergentes, como IA generativa e a biologia sintética, bem como uma colaboração reforçada para criar ecossistemas digitais. Segundo ele, esta é realmente uma mudança fundamental, que abrange todos os setores de atividade e está a acontecer à escala global. «À medida que as empresas crescem, elas terão de se interrogar sobre o que precisam para centralizar ou descentralizar as arquiteturas das plataformas e, mais importante ainda, a governação dos dados», acrescenta o docente.

Empresas preparadas para investir na qualificação 

Espera-se que nos próximos cinco anos, o investimento em transformação digital venha a proporcionar o maior retorno do investimento, passando dos atuais 4% para 14% em 2028. Cerca de metade das empresas inquiridas (48%) estão na fase de planeamento ou a desenvolver ativamente estratégias para aproveitarem o potencial oferecido pelas tecnologias emergentes, tais como o edge computing e a IA Generativa.

«A economia Eco-Digital é diferente das anteriores, e as empresas ainda só aproveitaram uma pequena fração do potencial total oferecido pelas principais tecnologias, como a Cloud, a IA e a automação», afirma Fernando Alvarez, Chief Strategy and Development Officer e Executive Board member do Grupo Capgemini. 

Será necessária uma profunda transformação em todo mundo no que diz respeito às competências dos trabalhadores, para que as empresas possam acompanhar os avanços tecnológicos em larga escala em todos os setores de atividade. 40% dos trabalhadores em todo o mundo deverão abraçar iniciativas digitais nos próximos 3 a 5 anos e 64% das empresas planeiam investir na requalificação das suas atuais equipas.

«Estamos no alvorecer de uma nova Era de transformação e ainda só aflorámos muito parcialmente o vasto potencial do impacto positivo que as tecnologias digitais nos podem proporcionar numa perspetiva económica, ambiental e social», alerta Fernando Alvarez.

Metodologia do estudo

O Research Institute da Capgemini inquiriu 1.500 executivos seniores (a desempenharem funções de direção ou/e superiores) de 1.350 grandes empresas com um volume de receitas anuais superior a mil milhões de dólares ou com um orçamento anual superior a 50 milhões de dólares no caso das organizações do setor público, e 150 startups com receitas anuais superiores a mil milhões de dólares, e que ativamente tenham implementadas iniciativas digitais e/ou uma estratégia digital global. Foram inquiridas empresas dos mais variados setores de atividade a operarem em 14 países das regiões da América do Norte, Ásia-Pacífico e Europa, incluindo automóvel, FMCG, retalho, ciências da vida, bancos e gestão de património, seguros, telecomunicações, energia, aeroespacial e defesa, tecnologia, manufatura e serviços públicos. Foram igualmente realizadas entrevistas de aprofundamento com 26 gestores seniores e especialistas do setor.


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