A sua empresa está pronta para mais automatização? Muitas não estão

Não há dúvidas de que a automatização vai marcar o trabalho e os negócios nos próximos anos, mas há menos consenso relativamente aos efeitos de uma introdução crescente de máquinas num ambiente até agora dominado pelos humanos. E boa parte das empresas ainda não sabe se está à altura do desafio.
Um estudo apresentado pela Dell Technologies, junto de 3.800 lideres de empresas globais, mostra que a maioria dos gestores (82%) antecipa um ambiente a cinco anos, em que humanos e máquinas vão trabalhar nas suas empresas como equipas integradas. Os responsáveis demonstram menos certezas no que se refere à capacidade dos sistemas autónomos contribuírem efetivamente para libertar tempo. Metade dos inquiridos acredita que sim, outra metade discorda.
Para a maioria dos inquiridos contar com o apoio crescente de máquinas na realização de tarefas profissionais não conduzirá necessariamente a uma maior satisfação no emprego: 58% dos lideres discordam aliás desta ideia, contra os 42% que antecipam um ambiente profissional mais satisfatório.
O estudo também mostra que, para a maioria dos lideres (52%), a dependência crescente da tecnologia não é um problema, mas 48% dos responsáveis ouvidos na pesquisa acreditam que, quanto maior for essa dependência, mais vulneráveis as empresas estarão perante um ciberataque. Metade dos inquiridos defendem mesmo que é necessário definir protocolos mais claros, sobre como agir quando as máquinas autónomas falharem.
Sobre o estudo, Jeremy Burton, chief marketing officer da Dell Technologies, sublinha que permitiu identificar “duas perspetivas extremas sobre o futuro: a visão da obsolescência humana, baseada numa abordagem mais ansiosa, e a visão otimista de que a tecnologia irá ser a resposta para os nossos maiores problemas sociais”.
O responsável acredita, aliás, que esta diferença de perspetivas pode vir a ser um obstáculo na capacidade de as empresas se prepararem para um futuro, que vai impor mudanças profundas. A visão dos lideres sobre o nível de preparação das próprias empresas para um futuro cada vez mais digital também não é animadora: 42% não sabem se vão conseguir competir na próxima década e apenas 27% garante estar hoje na linha da frente, no que se refere à integração do digital nos seus processos de negócio.
A falta de visão e de estratégia, tal como a falta de preparação da força de trabalho são as fragilidades mais críticas (61%). Os constrangimentos tecnológicos surgem no terceiro lugar deste ranking (51%), onde também ocupam lugar relevante os constrangimentos de tempo e orçamento (37%).
O estudo apresentado pela Dell, Realizing 2030: The Next Era of Human-Machine Partnerships, foi realizado pela Vanson Bourne.
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