Empresas investem mais na cloud mas nem sempre de modo informado

A cloud continuará a ser um dos grandes focos de investimento em Tecnologias de Informação nas empresas, ao longo dos próximos dois anos. Um estudo da Veritas, divulgado pela Cesce SI, revela que um quinto do orçamento TI nas empresas inquiridas terá como destino a cloud, nesse período de tempo. Só 1% das companhias auscultadas não inclui a nuvem nos seus planos de investimento a 2 anos.
A maioria das organizações, (70%), está a planear recorrer, ou já recorre, a mais do que um fornecedor e a diferentes tipos de soluções, entre cloud pública e privada. Nesta linha, estima-se que o modelo represente 18% dos gastos suportados pelos departamentos TI nos próximos dois anos, face aos 12% representados em 2017.
No domínio das infraestruturas, o estudo apurou que 67% das empresas pretendem apostar em mais dos que um fornecedor de serviços cloud, ou já estão mesmo a fazê-lo. Esta lógica multi-cloud é vista como um caminho para aumentar a resiliência e a segurança dos dados, reduzir Capex (investimento) e despesas operacionais (Opex).
Mais de metade das inquiridas, 56%, posiciona o ambiente cloud como prioritário, quando pretende implementar novas aplicações, ou gerir cargas de trabalho. Já 43%, ainda admitem dar prioridade a ambientes locais, na hora de implementar novas aplicações.
Os mesmos dados mostram que a maior parte das empresas (69%) remete para o fornecedor de serviços toda a responsabilidade pela proteção dos seus dados, seja no que se refere à segurança ou à privacidade, mas também relativamente às questões ligadas à conformidade com as normas em vigor.
O equivoco é notório sobretudo nos casos em que a empresa está a recorrer a soluções de cloud pública, destacam os autores do estudo, e materializa-se em vários campos: Um dos mais relevantes será o facto de 69% dos inquiridos considerarem que estes aspetos são responsabilidade exclusiva do fornecedor.
Já um pouco mais de metade dos inquiridos defende também que cabe ao prestador de serviços, a transferência em segurança de dados das suas instalações para a cloud; bem como fazer o backup das cargas de trabalho na nuvem; ou garantir tempos de operacionalização das aplicações.
O estudo The Truth in Cloud foi encomendado pela Veritas, parceira da Cesce SI, e realizou-se em 13 países, contactando com decisores TI em 1.200 empresas.
Identifica um conjunto de barreiras que continuam a dificultar a adoção de soluções cloud, como a complexidade da migração (apontada por 37% das inquiridas), limitações tecnológicas (36%), falta de conhecimento ou de estratégia (32% e 27% respetivamente). Tem por base entrevistas e a análise de contratos de fornecimento de serviços cloud, que ajudaram a clarificar as diferenças de percepção, no que se refere às responsabilidades de cada uma das partes.
“Não obstante os clientes pensarem que os fornecedores de serviços de cloud têm a responsabilidade pela gestão dos dados, os contratos dos fornecedores, normalmente, delegam a responsabilidade pela gestão dos dados aos clientes. O nosso estudo veio confirmar a nossa suposição de que a principal responsabilidade pela gestão dos dados cabe ao cliente”, refere Mike Palmer, vice-presidente executivo da Veritas, citado numa nota de imprensa.
Publicado em:
NegóciosPartilhe nas Redes Sociais