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Empresas portuguesas preocupadas com ataques cibernéticos

Publicado em 8 Maio 2020 | 743 Visualizações

O risco de ataques cibernéticos é o que mais preocupa as empresas nacionais, quer a nível interno (ou seja, que elas possam vir a enfrentar), como a nível externo (que o mundo poderá enfrentar). A conclusão é do mais recente estudo Marsh Portugal, “A Visão das Empresas Portuguesas sobre os Riscos 2020”. Os dados em análise, relacionados com a perceção das empresas, foram recolhidos entre o mês de janeiro e o início de fevereiro de 2020, razão pela qual as preocupações demonstradas com o efeito da pandemia não estão ainda muito presentes.

Assim sendo, diz a Marsh que 55% das empresas portuguesas considera que os “ataques cibernéticos em grande escala” são o principal risco que o mundo poderá vir a enfrentar em 2020, seguido de “eventos climáticos extremos” com 39%. Em terceiro lugar, surgem as “crises fiscais e financeiras em economias chave” com 37%; em quarto lugar, com 32%, os “ataques terroristas em larga escala” e em quinto a “instabilidade social profunda”, com 26%.

Ao analisar a evolução dos resultados ao longo dos últimos 5 anos, o risco “ataques cibernéticos em grande escala” tem-se mantido em primeiro lugar, no top das preocupações dos empresários, desde 2018.

Sobre os riscos que as empresas receiam vir a enfrentar no ano de 2020, 56% afirma que os “ataques cibernéticos” é o risco com maior probabilidade de ocorrer, seguido da “retenção de talentos”, com 41%. Em terceiro lugar surge a “instabilidade política ou social”, com 40%.

“A Visão das Empresas Portuguesas sobre os Riscos 2020” revela uma crescente consciencialização e preocupação por parte das organizações portuguesas sobre o risco cibernético, que, através de esquemas sofisticados, pode interromper o negócio das empresas, cadeias de fornecimento e nações, «custando biliões à economia e afetando qualquer sector», diz a Marsh Portugal. A dura verdade que as organizações devem enfrentar «é que o risco cibernético pode ser mitigado e gerido, mas não pode ser eliminado» lê-se no mesmo estudo.

Cerca de 90% das empresas inquiridas afirmou ainda que a importância dada pela sua organização à gestão de riscos é suficiente ou elevada. Este indicativo revela que, muito provavelmente, as empresas portuguesas estão a investir cada vez mais na gestão de riscos, «tornando-se mais bem-sucedidas e, sobretudo, mais resilientes a eventos atípicos, como este que estamos a vivenciar nos últimos meses».

Relativamente aos valores orçamentados para a gestão de riscos em 2020, 35% das empresas afirma ter aumentado e 44% afirma ter estabilizado. Este «é um bom indicador das empresas nacionais, ainda que com margem de progressão, considerando os 20% de respostas a dar nota de não saber ou poder comparar com o ano anterior».

Rodrigo Simões de Almeida, country manager da Marsh Portugal, afirma que «a difusão de Enterprise Risk Management (ERM) ainda não é homogénea e o momento de pandemia que vivemos veio stressar os modelos de ERM, nomeadamente do ponto de vista preditivo, bem como de quantificação, o que nos próximos anos se poderá refletir num aumento do investimento nesta matéria».

O estudo da Marsh Portugal realiza-se pelo sexto ano consecutivo e tem como principais objetivos identificar os potenciais riscos que as empresas consideram que o mundo e elas próprias irão enfrentar, analisando, também, a evolução do papel da gestão de riscos nas empresas portuguesas.

Para a realização deste estudo, a Marsh contou com a participação de 170 empresas portuguesas, pertencentes a 22 sectores de atividade, com diferentes volumes de faturação, bem como de número de colaboradores.

De entre as empresas respondentes, 81% não são cotadas em bolsa. Este estudo nacional, realizado pela Marsh Portugal, pretende fazer uma ponte com o “Global Risks Report 2020”, desenvolvido pelo World Economic Forum e que contou com o apoio de parceiros estratégicos na sua elaboração, como o Grupo Marsh & McLennan.


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