Estamos à porta do mercado único digital. E agora?
De acordo com um estudo da Ricoh, a grande maioria das empresas Europeias (92%) afirmam não estarem preparadas para o Mercado Único Digital na União Europeia. A juntar a este dado, apenas metade das empresas (51%) ouviu falar desta proposta, onde Portugal se posiciona com o terceiro valor mais baixo (30%). A Europa continua ainda muito atrás de outras partes do Mundo – nomeadamente os Estados Unidos da América e a China – no que concerne a inovação digital.
Neste contexto, a criação de um Mercado Digital Único europeu é um desenvolvimento muito bem-vindo e que deverá ser visto com bons olhos pelas empresas portuguesas. Mas para isso, os decisores de negócio deverão compreender a pressão existente para que as empresas se preparem para a mudança da Europa em direcção a uma economia, que se pretende cada vez mais baseada no digital. «É necessário simplificar, digitalizar e estandardizar os processos existentes, para que consigam criar uma vantagem competitiva distinta num mercado que competirá no mercado global, tradicionalmente dominado pelos E.U.A. e cada vez mais pela China», assinala Jorge Silva, director de Marketing da Ricoh Portugal.
A agravar esta situação está ainda o facto de apenas 7% das Pequenas e Médias Empresas na União Europeia venderem atualmente, além-fronteiras. Segundo a União Europeia este valor necessita de crescer para que a economia europeia se possa desenvolver.
Sem esta mudança, milhões de empresas poderão, neste momento, perder os benefícios do mercado único digital e não aproveitar uma contribuição para a economia Europeia estimada em 415 mil milhões de euros.
Grande parte das empresas europeias (65%) reforçam a sua intenção em se expandirem para outros países dentro do mesmo continente, nos próximos 5 anos. Porém, a menos que adiram em força ao Mercado Único Digital, estes planos de crescimento ambiciosos correm o risco de não se concretizarem.
Ao conseguirem agilizar, digitalizar e estandardizar os seus processos, as empresas Europeias mais inovadoras estarão numa melhor posição para desenvolver uma vantagem competitiva distinta. A Ricoh defende que este é um passo necessário para que a Europa consiga criar gigantes digitais internos, que consigam competir no mercado global, dominado tradicionalmente por empresas Americanas e, cada vez mais, pelas empresas Chinesas.
A maior parte dos inquiridos crê existirem diversos benefícios contidos num Mercado Único Digital, em particular, um aumento no número de consumidores da União Europeia (resposta dada por 56% dos inquiridos). A oportunidade para aceder a novos mercados europeus (resposta dada por 52%), bem como um incremento na eficiência interna da sua própria empresa (44%), são outras vantagens assinaladas.
Contudo, 24% dos gestores que participaram no estudo não acreditam existirem qualquer tipo de benefícios resultantes de um Mercado Único Digital, sendo que muitos expressam a sua preocupação sobre o impacto que poderá ter nas suas estruturas. Destas empresas, 40% reforça não estar preparada para o aumento da concorrência que um Mercado Único Digital fomentará, sendo que 37% receia as implicações dos custos e 34% acredita não possuir os recursos necessários para capitalizar esta oportunidade.
Um terço dos inquiridos considera que as regulamentações existem, simplesmente porque sim. A falta de entusiasmo das empresas relativamente ao Mercado Único Digital poderá estar relacionada com as preocupações face à força digital dos seus próprios países. Apenas 9% dos líderes de negócio europeus afirmam que o seu país é «muito forte» na tecnologia digital, aptidões e infraestrutura. Se quase dois terços das empresas nos Países Nórdicos acreditam que os seus países são fortes digitalmente, antagonicamente verificou-se, relativamente a esta questão, apenas um quinto das empresas polacas e espanholas, e ainda 15% das empresas francesas e italianas com a mesma resposta.
E Portugal? O que falta às empresas portuguesas para vencer nesta era digital?
Jorge Silva explica que para conseguirem aumentar a sua eficiência e produtividade, as empresas deverão apostar na digitalização de processos e de documentos-chave de negócio, criando desta forma ambientes de trabalho mais abertos e colaborativos, tirando partido de tecnologias como quadros interactivos e sistemas de videoconferência. «Para as empresas portuguesas compreenderem a necessidade existente em estabelecer as condições necessárias para existir um local de trabalho mais móvel, em qualquer lado e a qualquer momento, é um passo importante para conseguirem estar mais próximas da preparação para o Mercado Único Digital», justifica o responsável.
Por outro lado, é importante preparar a chegada da Geração Z ao mercado de trabalho, devendo a atenção recair sobre soluções que permitam um suporte completo que ajude as organizações a identificar, implementar, gerir e manter soluções de comunicações optimizadas para as suas operações.
É importante que os gestores «consigam simplificar os seus processos de comunicação de modo a impulsionar a produtividade e proporcionar aos seus colaboradores um melhor ambiente de trabalho», insiste Jorge Silva.
# Percentagem das empresas em cada país com conhecimento do Mercado Único Europeu da União Europeia # Percentagem das empresas em cada país que não estão preparadas para o Mercado Único Digital 1. Itália 70% 1. Polónia 97% – França 70% 2. França 95% 2. Espanha 65% – Alemanha 95% 3. Alemanha Publicado em: Partilhe nas Redes Sociais