Este é o número que é preciso mudar: 61% das empresas portuguesas não têm presença online
Continua a ser um dos grandes problemas do panorama português na economia digital: quase dois terços das empresas não têm uma presença online. Nem site, nem perfil numa rede social, nem presença num mercado digital. O próprio presidente da Associação da Economia Digital, Alexandre Nilo Fonseca, admitiu que este é o número de maior preocupação e que precisa de uma resposta.
A maior parte do trabalho precisa de ser feito junto das micro empresas, pois é o grupo que apresenta os resultados mais baixos neste ponto de análise: apenas 32% têm uma presença online. Quanto maior a dimensão das organizações, mais provável é terem uma presença na internet: 63% no caso das pequenas empresas, 81% nas médias empresas e 97% no caso das grandes empresas. Das empresas que têm presença na internet, 84% têm site próprio e 67% têm páginas nas redes sociais.
Por forma a inverter o indicador negativo, o presidente da ACEPI anunciou uma parceria entre a organização e a Confederação do Comércio do Portugal para digitalizar 50 mil empresas nos próximos dois anos. O objetivo passa por disponibilizar a estas empresas um site, um domínio .PT e uma presença nas redes sociais.
Há outros dados a melhorar como o facto de 25% da população portuguesa nunca ter utilizado internet. A questão é que neste domínio existe o indicador positivo de que o valor tem estado a crescer de forma significativa. Em 2009, altura em que a ACEPI começou a realizar um estudo anual sobre a economia digital em Portugal, esta mesma percentagem era de 52%. A evolução vai continuar a ser positiva, segundo o estudo realizado em parceria com a IDC: em 2025 estima-se que 91% da população portuguesa já tenha utilizado a internet.
O aumento no número de utilizadores de internet tem depois impacto noutros indicadores. Atualmente 36% dos portugueses já compram através da internet e terão sido gastos 4,6 mil milhões de euros em compras online quando o ano de 2017 chegar ao fim. O valor vai quase duplicar até 2025, estimando-se que nesse ano o eCommerce português movimente 8,9 mil milhões de euros.
Atualmente mais de 50% das compras que os portugueses realizam online são feitas fora de Portugal, com a China a ser o mercado onde os portugueses mais compram: dos inquiridos, 56% dizem fazê-lo na China, 40% no Reino Unido, 36% em Espanha, 28% noutros países europeus e 25% dizem fazer compras online nos EUA.
Em termos de plataformas usadas para as compras online internacionais, o eBay, a Amazon e o AliExpress são os canais preferidos dos consumidores portugueses.
Vestuário, dispositivos móveis e acessórios, equipamento informático, livros e artigos para o lar são as categorias de produto que os consumidores portugueses mais compram através da internet. Já no que diz respeito aos serviços mais comprados online, então os jogos digitais, as aplicações móveis, o software e a música digital são os segmentos mais populares.
“Daqui a três anos vamos ter um crescimento acentuado na área alimentar, é tendência na Europa e vamos ver isso também em Portugal”, acrescentou depois Alexandre Nilo da Fonseca.
Outro dado do estudo que importa salientar está relacionado com o valor que é movimentado pelas empresas portuguesas (B2B) e pelo Estado português (B2G) nas compras online: em 2017 vão ser movimentados 70 mil milhões de euros por estes dois sectores, sendo que em 2025 esse valor vai ser de 132 mil milhões de dólares.
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