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Falta de recursos de TI: E as infraestruturas? Vamos começar a construir casas pelos acabamentos?

Renato Loria, Chief Technology Officer e Co-Founder da Wedoit

Publicado em 25 Outubro 2022 | 703 Visualizações

Temos um problema! Estamos cada vez mais a construir casas pelo telhado, ou mesmo pelos acabamentos. Apesar de estarmos a falar de tecnologia, mais especificamente de infraestruturas, a moral desta história é igual à dos “Três Porquinhos”. Sem uma construção sólida, mais cedo ou mais tarde tudo vai abaixo facilmente.

Muito se escreve e fala sobre competitividade, inovação, time-to-market, agilidade, resiliência, flexibilidade, automação e sobre a importância de soluções future proof.

Mas como vamos conseguir tudo isto sem começarmos a investir nos alicerces que irão suportar todos os processos de transformação atuais e futuros? As infraestruturas são das áreas mais importantes para sustentar o futuro onde tudo está conectado. Onde o desempenho, a estabilidade e a segurança são fatores críticos. Mas ainda assim, esta urgência de modernização tecnológica, acentuada pela pandemia, leva as empresas a investir em “pensos rápidos”,  soluções mais rápidas que consigam colmatar as principais necessidades, em detrimento de projetos sólidos, sustentáveis, desenhados a pensar no futuro, que até podem ser um pouco mais caros e mais demorados. Mas vamos fazer contas a sério? Qual é o custo real de colocarmos sob infraestruturas antigas ou pouco eficientes soluções modernas?

Este podia ser o único grande problema, mas nem é. Existem várias barreiras em torno das infraestruturas.  

Ainda existe um desconhecimento do que é a transformação digital. Parece irónico, tendo em conta que é um dos temas mais falados do mundo tecnológico, mas a verdade é que muitos ainda pensam que transformação digital é investir e instalar um novo software.

Os benefícios desta transformação só podem ser recolhidos se na base de todas as soluções estiver uma infraestrutura sólida, ágil, segura, flexível e capaz de suportar todas as exigências.

Este desconhecimento afeta outros conceitos como o future proof, a automatização e até a própria analítica de dados.

A falta de talento tecnológico é um problema transversal, mas uma dor de cabeça que afeta mais uns do que outros. A área de Software Development é uma das mais procuradas em termos de formação e de mercado de emprego, o que torna o talento na área das infraestruturas ainda mais escasso.

Com isto, os operadores e todas as empresas que operam neste setor têm várias perguntas, poucas opções e muitas decisões importante a tomar. Onde vamos encontrar (e como vamos agarrar) esses recursos?

Existe o “depressa e bem”? Encontramos recursos onde for necessário, sem a necessária atenção à qualidade, para não perdermos os cliente, ou investimentos numa equipa especializada, madura e estável para respondermos com toda a confiança, mas perdemos clientes entretanto?

Quem quer uma casa para o futuro, não escolhe uma com as paredes a cair. Quem quer um carro de alto desempenho, não escolhe um modelo com um motor fraco. Então porque fazemos isso com a tecnologia?


Publicado em:

Opinião

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