Fator H mais valorizado do que nunca no sucesso das organizações
Não é novidade que as pessoas são o motor de qualquer organização, mas com a escassez de recursos humanos que hoje, de uma forma geral, afeta as TIC na Europa e, de forma mais específica, influencia desenvolvimentos em algumas áreas emergentes dentro deste universo, a máxima assume lugar de destaque.
Nos últimos anos, a Comissão Europeia fez tocar todos os sinos e não se tem poupado aos alertas – acompanhados de algumas iniciativas – para evitar o pior dos cenários, na evolução do emprego na região. E o pior dos cenários seria chegar a 2020 com um défice de mão de obra qualificada nesta área na ordem dos 900 mil. Desde que o problema foi identificado e quantificado, em 2013, várias medidas têm procurado minimizar os desníveis na evolução da procura e da oferta no setor.
As empresas sentem na pele as dificuldades de encontrar os recursos de que precisam e de reter os melhores talentos, ou não fosse o mercado de emprego nas TIC um dos mais dinâmicos da atualidade. A combinação destes fatores parece ter um impacto claro na valorização do capital humano e no esforço para criar condições de trabalho atrativas. O objetivo é atrair os melhores e levá-los a vestir a camisola para que todos saiam a ganhar, mas a missão não é simples e há quem a veja como um dos grandes desafios que se colocam às empresas no curto/médio prazo.
Sónia Jerónimo, CEO da Growin, elege como grande chavão de 2017 a expressão growth hacking, para descrever o processo de identificar a forma mais eficiente de fazer crescer as organizações e o seu negócio. É em busca da receita ideal para crescer que vê as empresas mais focadas em 2017 e defende que colocar as pessoas em destaque nessa equação é fundamental.
«O grande desafio será desenvolver culturas organizacionais fortes assentes na criação de lideranças construtivas e, a partir do crescimento profissional dos colaboradores e da implementação de políticas dirigidas a esse crescimento, gerar novos negócios e até novos modelos comerciais e de recursos humanos», defende a responsável, que defende «modelos disruptivos baseados verdadeiramente nas pessoas, fazendo do seu percurso profissional na empresa a lifetime experience». A missão é complexa e para ser bem-sucedida deve ser feita «de forma coerente e consistente ao longo da jornada dos colaboradores e da empresa», acrescenta Sónia Jerónimo.
A complexidade crescente que a tecnologia está a desenvolver tende a não facilitar as tarefas de recrutamento e a tornar este aspeto cada vez mais crítico no sucesso das organizações, considera João Cruz, partner e co-founder da Closer. Na sua perspetiva, o tema é tão relevante que as empresas que conseguirem atrair os melhores recursos são, já hoje, as que estão em melhores condições de atrair o interesse do mercado. «Não temos grandes dúvidas de que quem conseguirá atrair mais investimento durante 2017 será quem conseguir atrair recursos humanos mais dotados em problemas complexos», defende o responsável.
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