Fow chega mais cedo às empresas e a culpa é do COVID-19
Em tempos de pandemia mundial, a IDC Portugal organizou o segundo de uma série de oito webinars dedicados ao COVID-19 e à forma como as TIC e o digital podem ajudar a manter as empresas e os seus negócios totalmente operacionais.
Com o tema «Future of Work – Response to COVID-19», este segundo webinar focou as mudanças fundamentais na forma de trabalhar impostas pela pandemia e trouxe exemplos de adaptação de um conjunto de empresas.
Roberta Bigliani, responsável de Research para a área FoW da IDC lembrou desde logo que «afinal as TIC funcionam mesmo e o teletrabalho pode ser uma mais-valia, mesmo num cenário de urgência como foi o atual.» E se, antes do COVID-19 a larga maioria das empresas não estava preparada para abraçar os conceitos Future of work (FoW), a verdade é que atualmente, 34% implementou novas formas de colaboração empresarial e trabalho remoto e 28% novos modelos de negócio.
Roberta Bigliani deixa um exemplo concreto: «Um dos maiores bancos europeus tem atualmente 85% da sua força de trabalho em smart working.» Neste contexto, as tecnologias são determinantes, mas a responsável da IDC fala também numa “necessária atenção redobrada à cibersegurança” com os ataques a aumentarem consideravelmente “sendo que dobraram no ultimo mês”.
No pós-COVID podemos contar com algumas consequências efetivas desta revolução como a reafirmação do smart-working, da automação de funções, novas ferramentas de gestão do trabalho e até um redesign dos próprios espaços de escritório, defendeu ainda esta responsável.
Do lado das empresas TIC que estão em campo a ajudar as organizações a repensar o seu negócio, Alexandre Silveira da HP Portugal lembra que têm estado ao lado de clientes e parceiros desde o primeiro minuto e fala de um futuro em que o trabalho será «mais colaborativo, em mobilidade total, com maior atenção às questões da segurança e mais escritórios virtuais». Este responsável sublinha ainda que a pandemia vai impactar diretamente a tecnologia, com um crescimento em áreas como IoT, cloud, big data e segurança.
Já Pedro Monteiro, da Konica Minolta sabe que com o COVID-19 «a transformação digital apareceu num ápice» mas a empresa há muito que tinha já a sua oferta pensada para responder às necessidades do escritório do futuro. Uma das áreas que, para já, tem registado maior procura «é a de gestão documental com plataformas que realmente têm a capacidade de crescer com a empresa».
Do lado da Bizdirect, Pedro Rebelo lembra que «o contexto do COVID-19 veio apenas acelerar o futuro tornando-o presente» e dando maior força às variáveis de processos, tecnologia, learning e competências sociais.
Empresas no terreno
O exemplo do trabalho prático desenvolvido em campo chegou nas palavras de Inês de Castro, da Worten: «Garantir a agilidade do negócio mas também uma forte comunicação com os clientes e todos os trabalhadores foi preocupação essencial.» Já a pensar no futuro, Inês de Castro revela que «o regresso será feito de forma faseada» com especial atenção «à necessária capacidade de adaptação e agilidade».
João Figueirdo da Misericórdia do Porto deixou também a sua experiência: «Mudar a cultura face ao trabalhador e reforçar a comunicação foi determinante» recorrendo-se a ferramentas como a teleconsulta ou o teletrabalho sempre que possível. O regresso contará ainda com o suporte das tecnologias mas também «com a criação de equipas dinâmicas que vão rodando entre si».
Virgílio Rocha, da EDP lembrou «a importância da continuidade do negócio» numa altura em que se recorre cada vez mais a plataformas telemáticas «sem garantias contratuais». A propósito do recente ataque informático de que a EDP foi alvo, Virgílio Rocha lembra que «esta é uma inevitabilidade e cabe às empresas serem mais resilientes e ter planos de continuidade preparados».
Rui Mendes da Costa, da Galp fala «de um salto tecnológico de vários anos nas organizações» mas acredita que «apenas começámos a usar mais cedo aquilo que a tecnologia já permita fazer há vários anos». Motivação e confiança são, no seu entender, «fundamentais nesta nova economia interligada» e que vem suportar o conceito FoW.
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