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GFI vem às compras a Portugal e leva ROFF para novos voos

Publicado em 12 Dezembro 2016 | 1847 Visualizações

A Gfi está a reforçar a aposta na internacionalização e a ROFF vai ser um dos trunfos. O negócio ainda não tem um valor fechado mas os objetivos já estão bem definidos, como admitem os protagonistas.

A empresa portuguesa é a maior referência nacional da implementação de soluções SAP e é uma das maiores da Europa. Também já deu passos sólidos no Brasil e em África e é nestas geografias que pode ajudar a Gfi a ganhar terreno. O grupo francês tem estado focado sobretudo na Europa, mas atualmente está à procura de espaço em novos mercados e para acelerar o passo tem concretizado várias aquisições, através das quais mais do que duplicou o número de países onde está presente. Em novembro anunciou a conclusão da compra da consultora espanhola Efron e também fez saber que vai comprar a ROFF àReditus. O valor da aquisição será fechado durante o primeiro trimestre de 2017, à luz dos resultados apurados na atividade em 2016, mas as sinergias já se antecipam. 

A nível global a Gfi admite que as competências da ROFF vão fortalecer a oferta do grupo francês, no que se refere à oferta de «soluções para novos mercados em crescimento, como a América Latina, o Médio Oriente e África», como sublinhou Vincent Rouaix, presidente da companhia. São mercados onde a ROFF já está presente, como notaFrancisco Febrero, CEO da ROFF e onde a Gfi também quer estar, ou quer reforçar presença.

 A coincidência de interesses e posições aproximou as duas empresas no presente e torna mais provável que «sejam criadas sinergias, que sejam potencializadas oportunidades e que sejam alargadas as nossas competências nos mercados onde já operamos e onde pretendemos vir a operar», admite o mesmo responsável, que foi um dos quatro fundadores da ROFF.

 A ROFF passará a gerir e liderar todo o negócio SAP no universo Gfi e Francisco Febrero, em entrevista ao Ntech.news, não esconde a perspetiva de uma evolução do negócio muito favorável para a ROFF. «Pensamos que nos próximos anos iremos ter crescimentos significativos especialmente em toda a América Latina».

Esta é, aliás, uma das regiões do globo onde a ROFF tem apostado em força no seu percurso para a internacionalização. A empresa soma atualmente cerca de 850 colaboradores, a maioria está em Portugal, mas uma das equipas mais consolidadas fora do país está precisamente no Brasil. Em São Paulo, a ROFF conta com uma equipa local de 80 consultores. Para além do Brasil, a empresa é uma referência na implementação de soluções SAP em vários mercados europeus, com destaque para França ou a Suíça, enquanto em África tem apostado sobretudo em mercados francófonos, alvos para onde a Gfi também está a apontar.  

Já o grupo francês é um dos maiores da Europa na área dos  serviços de TI. Em 2015 somou vendas de 900 milhões de euros, suportadas na atividade dos seus 12.500 colaboradores. Estava em sete países, seis europeus e um africano (Marrocos), sendo que em Portugal tem escritórios em Lisboa e no Porto, perto de 500 colaboradores e um dos sete centros de serviços do grupo. Com as aquisições recentes (a da ROFF foi a única em Portugal) passa a estar representada em 15 países e aumentou para 14 mil o número de funcionários.

A compra da ROFF (que manterá a marca e a atual administração) é um trunfo para a internacionalização da Gfi, mas a nível local também terá o seu impacto. Nuno Santos, CEO da Gfi Portugal, garante que os clientes locais das duas empresas podem esperar do reforço de competências que a aquisição veio gerar «um serviço que continuará a ser entregue com o mesmo profissionalismo, rigor e proximidade».

 «Com esta aquisição, o Grupo Gfi aumenta a sua presença em Portugal (cerca de 1.400 profissionais) e reforça o seu posicionamento como player de referência no sector das Tecnologias de Informação», destaca.  O responsável também sublinha que com a operação as duas marcas «são reforçadas com equipas de gestão articuladas entre si», o que vem trazer uma «nova força e vitalidade» às operações no mercado nacional e a perspetiva de «continuar a crescer com uma oferta end-to-end e uma carteira de clientes mais extensa».

Nuno Santos diz que a principal mensagem a passar aos clientes das duas empresas em território nacional é de «competência e confiança», por considerar que, com uma equipa mais alargada, o grupo estará em melhores condições para «apoiar os clientes em todas as fases dos seus projetos de transformação digital».

 

Reditus sai de cena para se focar em áreas core

 

A Reditus explicou entretanto em comunicado, que a venda da ROFF se insere no «reposicionamento estratégico do grupo», sendo uma forma de «acelerar o processo de reestruturação interna em curso (operacional e financeira) e criar condições para a concretização do seu plano de negócios, assente no desenvolvimento de atividades nos mercados externos, particularmente em África».

Também já se sabe que esta nova estrutura operacional do grupo português assenta em três áreas de negócio principais: Serviços de Clientes, onde inclui as atividades dos centros de contacto, BPO e serviços partilhados; Serviços de Tecnologia (infraestruturas, segurança da informação, desenvolvimento e integração de soluções, outsourcing especializada e consultoria SAP); e área internacional, onde encaixam os negócios do grupo em Moçambique, Angola e Guiné Equatorial.    

Nos resultados relativos aos primeiros seis meses do ano, a unidade de IT Consulting da Reditus, onde a ROFF se inseria, registou proveitos de 36,3 milhões de euros, sendo que a operação da ROFF garantiu 78% do resultado. Em termos globais, a divisão de serviços de consultoria foi a que mais pesou no balanço, que registava proveitos totais de 50,5 milhões de euros. 

 


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Negócios

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