Huawei aposta em inteligência artificial para ultrapassar a Apple e a Samsung
Desta vez a tecnológica chinesa optou por uma abordagem diferente: em vez de ir até à IFA, uma das maiores feiras de tecnologia da Europa, para mostrar o seu novo smartphone, a empresa decidiu apenas revelar o processador que vai equipar o Huawei Mate 10 quando este for apresentado em outubro.
Isto aconteceu porque a Huawei está confiante que o Kirin 970, o nome do seu novo System on a Chip (SoC), vai ser o elemento diferenciador entre o seu novo dispositivo e os equipamentos topo de gama da Samsung e da Apple. O ‘segredo’ está na inclusão de uma unidade de processamento neural (NPU na sigla em inglês), uma área do processador que vai estar responsável por tarefas ligadas à inteligência artificial.
A abordagem da Huawei é simples: em vez de recorrer a serviços de cloud computing para as tarefas de processamento de inteligência artificial, essas tarefas vão ser processadas no próprio smartphone. Isto deverá resultar em resultados de aprendizagem mais rápidos, visto que acontecem no equipamento.
Além disso, imaginando uma situação em que o smartphone não está ligado à internet, o Huawei Mate 10 pode continuar a executar tarefas de inteligência artificial, enquanto outros smartphones não conseguem. Apesar desta característica, esta unidade neural também vai ligar-se a serviços cloud quando possível, para potenciar o melhor dos dois mundos.
O diretor executivo da Huawei para a área de consumo, Richard Yu, disse por exemplo que o smartphone será capaz de reconhecer visualmente a diferença entre um gato e uma flor, o que permitirá ao smartphone ajustar os seus dois processadores de sinal de imagem em função daquilo que está a fotografar.
A unidade de processamento neural desenvolvida pela Huawei consegue analisar 2.000 imagens por minuto, segundo um teste de reconhecimento visual feito com o processador pela empresa. Numa primeira fase parece que as capacidades de inteligência artificial do Kirin 970 só vão ser aplicadas à área da fotografia, mas este é um primeiro passo que a tecnológica está a dar rumo a ambições maiores.
«O NPU consegue pensar e trabalhar ativamente para te dar a melhor experiência de utilização, enquanto outros assistentes de inteligência artificial como o Google Assistant apenas funcionam de forma reativa», disse Richard Yu em entrevista à Forbes.
O executivo confirmou que a Huawei investiu vários milhões de yuans em desenvolvimentos relacionados com a inteligência artificial nos últimos cinco anos, trabalhos esses que agora começam a ser mostrados.
Além disso, a Huawei também pretende transformar esta aposta numa plataforma de desenvolvimento de soluções de inteligência artificial – a ideia é que os programadores possam começar a explorar o potencial deste hardware dedicado.
O objetivo da tecnológica é claro: à medida que parece cada vez mais claro que a inteligência artificial vai ter um peso muito significativo no futuro dos equipamentos, a Huawei tenta assim saltar à frente da concorrência mais direta – Apple e Samsung -, o que poderá ajudar a concretizar a ambição de ser a marca número um a nível mundial na venda de smartphones.
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