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IDC Directions 2015: Tecnologia cloud no centro do investimento

Publicado em 22 Outubro 2015 | 985 Visualizações

«Os investimentos em tecnologia cloud vão representar cerca de 40 por cento do budget dedicado às TI» nas empresas. A conclusão é do estudo  «IDC Portugal Tech Insights 2020» e foi apresentada por Gabriel Coimbra durante a sessão de abertura do IDC Directions 2015 que decorre no Centro de Congressos do Estoril.

De acordo com o country manager da IDC, o mesmo estudo dá ainda conta que os equipamentos móveis vão acabar por dominar tudo o que é computação pessoal mas outras são as tendências que se avizinham: a IoT vai afirmar-se claramente, sendo que nos próximos cinco anos «o número de dispositivos conectados será três vezes superior ao registado hoje, fazendo com que a IoT passe a ser um factor de grande influência nas organizações».

Gabriel Coimbra aproveitou ainda para falar na importância da 3ª Plataforma vista pela IDC como o resultado da passagem de «um mundo centrado no PC para um mundo centrado nos dispositivos móveis e na cloud».

Tendo em conta este cenário, é certo que as empresas tidas como “tradicionais” enfrentam desafios acrescidos, tendo de se «adaptar aos novos paradigmas tecnológicos».

Já a Gatewitt veio ao Directions 2015 falar da necessidade de as empresas estarem atentas à temática da segurança e apresentar alguns dos possíveis caminhos a seguir nesta área. O seu director-geral, Pedro Paulo deixou ainda como exemplo os problemas que a Target enfrentou nesta área.

Gabriel Abrantes, head of ICT/Cloud for B2B da NOS aludiu à economia digital para lembrar que «os clientes estão a mudar» a cada instante, tornando-se «cada vez mais exigentes e procurando estar online em qualquer lado». Este é um desafio que as empresas de hoje em dia enfrentam sendo a digitalização «o caminho ao qual não podem fugir».

As TI devem assegurar ao negócio a possibilidade de endereçar diferentes clientes e necessidades, potenciar resultados e garantir um rápido time-to-market, disse ainda o responsável da NOS.

Alexandre Santos, Portugal business manager da Intel considera que o mercado está numa «onda de aceleração de inovação» à qual é impossível fugir. Trata-se de uma espécie «de revolução industrial ou turbilhão tecnológico».

Neste campo, a Uber é um bom exemplo: «Uma empresa que tem a maior frota automóvel do mundo sem ter efectivamente nenhum automóvel; é uma empresa que recorre bem às novas tecnologias para fomentar o seu negócio e rompe com o que é o negócio tradicional.»

Mas o que estará por trás destes novos modelos de negócio, pergunta Alexandre Santos.  Trata-se de convergência digital que «acontece em todas as indústrias e cria uma nova economia».

O responsável da Intel Portugal defende ainda que «não é possível ter hoje uma empresa ágil, não estando na cloud» mas explica que a sua empresa «está já mais à frente em termos de tecnologia, aludindo agora ao conceito software defined infrastruture (SDI).

Mas, tendo em conta os diferentes cenários traçados, a questão que se coloca agora é: Qual o papel dos CIO actualmente? A resposta surgiu no painel de debate que juntou Galp e Fidelidade mas que teve um enquadramento de Bruno Morais, da Oracle.

Diz este responsável que ainda existe «uma falta de alinhamento entre os departamentos de negócio e IT». Por outro lado, há que considerar que «os consumidores mudaram os seus comportamentos, as suas necessidades e as suas exigências».

Bruno Morais considera que tudo isto coloca «uma pressão grande no IT para servir bem os seus consumidores ou eles vão embora».

Uma realidade que conduz ao cenário de transformação digital «que está a acontecer quer se queira ou não». De resto, um estudo recente da Oracle aponta para a necessidade de esta transformação digital ser liderada pelos CIOs (41% das respostas).

E a palavra aos CIO, neste caso da Galp para quem é importante «saber explicar ao negócio o que são conceitos como a cloud e SDI». Só assim se poderá tirar mais-valias da tecnologia, acredita Gonçalo Marques Oliveira.

Rogério Campos Henriques, da Fidelidade defende que «quer do lado do IT quer do negócio tem de existir uma visão partilhada da diferença que as tecnologias podem fazer e das suas mais-valias; tem de se compreender melhor o que é que a tecnologia implica e perceber melhor o papel que tem».

 

Transformar é responsabilidade de todos

Na nova Era tecnológica não são apenas os CIOs que são chamados a intervir. A transformação digital está a acontecer e a participação interventiva de todos os quadrantes organizacionais é uma condição sine qua non para que a estratégia de alinhamento e de modernização digital seja bem conseguida e produza os resultados esperados. «Maior proximidade com os utilizadores e com os clientes finais e novas formas de fazer digital» são no entender de David Alves, CIO da SonaeMC e SonaeSR são ingredientes que permitirão às empresas transformar-se e ganhar pontos competitivos num mercado em que a concorrência também está a evoluir.

Francisco Barbeira, head of IT e head of innovation committee no Banco BPI, confirma isso mesmo. A concorrência mudou em número e em abrangência, conduzindo a um novo nível sofisticação a experiência do cliente. Neste contexto, este responsável considera que a digitalização fica atrás da transformação em ordem de importância. Transformar é imperativo e deverá incidir particularmente na promoção de um maior envolvimento dos utilizadores e dos clientes. «É preciso ouvir mais, pensar na experiência do cliente e estimular o design thinking em ciclos de tempo mais curtos», recomenda o responsável.

É este olhar para as necessidades do cliente em primeiro lugar que serve os objectivos da Administração Pública e a sua agenda para a modernização administrativa. Um projecto que Jaime Quesado, presidente do Conselho Directivo da ESPAP, garante estar a ter resultados interessantes e que tem servido para «melhorar as dinâmicas organizacionais internas, consolidando a forma como o estado é visto pelos cidadãos e pelas empresas».

De acordo com este responsável a transformação digital do Estado faz-se de forma alinhada com os programas dinamizados nos últimos 15/20 anos e que permitiram implantar ambientes de acesso mais facilitado, mais transparentes e mais ágeis. Mas esta transformação, mais do que servir de exemplo ao mercado deve, segundo Jaime Quesado «fazer-se de forma progressiva e envolver todos os stakeholders». A questão da cloud é encarada como um catalisador positivo na evolução que está a acontecer e o responsável garante que o Estado está preparado para avançar nesta matéria.

Com os budgets do investimento sob escrutínios cada vez mais exigentes, David Alves garante que a solução é avançar parcelarmente neste caminho de transformação. «O crítico não é alocar o orçamento a uma tecnologia específica, mas irmos segmentando a evolução do processo de negócio de forma a dar respostas parcelares aos utilizadores, envolvendo-os na evolução», sustenta o CIO da SonaeMC e SonaeSR.

O esforço de inovação não deve por isso ser apenas das TI mas sim de toda a organização. Francisco Barbeira recomenda às organizações que se concentrem em combinar uma operação rentável e a inovação, procurando e desafiando tudo que fazem ou pretendem fazer nesta transformação digital.

 


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