IDC Directions: Pelo caminhos da transformação digital

Foram mais de 1300 os profissionais de TI que disseram presente na edição deste ano do IDC Directions, que decorreu no Centro de Congressos do Estoril. A transformação digital foi o tema em destaque na maioria das intervenções e provou-se que é ele que continua a mobilizar o mundo das TIC.
Umas mais avançadas do que outras, as empresas dão provas de que o contexto de transformar o negócio tendo em vista a digitalização dos processos já foi compreendido e de que estão a por em marcha as suas iniciativas. Gabriel Coimbra, diretor-geral da IDC Portugal, insistiu na relevância da terceira plataforma para a evolução tecnológica e referiu que até 2020 mais de 60% das organizações estarão conscientes do poder do principal ativo da transformação, a informação, colocando-a no centro do seu negócio, mas por enquanto a fraca maturidade digital das empresas é um desalento para a imagem de inovação que o mercado português deve passar. Cerca de 27% das empresas de média e grande dimensão em Portugal ainda se encontram no nível 1 (numa escala de 1 a 5) no modelo de Maturidade para a DX da IDC, contra 20% na Europa Ocidental e 13% nos EUA.
Por sua vez, Philip Carter, chief analyst e vice-presidente da IDC EMEA, veio ao Directions dar conta de que a transformação digital já está em marcha em cerca de dois terços das empresas europeias, no entanto as restantes ainda olham de soslaio para os investimentos e atrasam a capitalização dos benefícios e da eficiência que esta transformação poderá acrescentar aos negócios. De acordo com este responsável, só 17% das organizações europeias estão em fases mais avançadas da transformação digital, e uma em cada cinco é ainda classificada como resistente à mudança.
Philip Carter assume que há passos que os gestores têm de dar para avançar nesta caminhada digital e definir uma estratégia que esteja alinhada com os objetivos de negócio e da gestão é um deles. Nesta ótica, o envolvimento de todos os stakeholders da organização é crucial, nomeadamente os responsáveis de negócio, de TI e os chief digital officers, que debaixo da batuta do CIO deverão caminhar alinhados em todas as dimensões da transformação, sejam elas a inovaçao, a integração desta inovação nos processos de negócio ou a integração de novos profissionais que permitam monetizar de forma mais rápida as mudanças. «O CIO tem de estar preparada para liderar a transformação», incitou o responsável. Phil Carter referiu que mais de dois terços dos CEO das 500 maiores empresas europeias já colocaram a transformação digital no centro das suas estratégias de negócio.
NA 19ª edição do Directions, empresas como a Vodafone, a Sonae, o Banco BPI, a Galp, a EDP, a Fidelidade e instituições como a eSPap partilharam as suas estratégias e iniciativas de transformação digital. «A transformação digital facilita a entrada no circuito internacional e permite equilibrar o campo de jogo fazendo com que não fique tão inclinado», assumiu Gonçalo Oliveira, CIO da Galp Energia.
A transformação tem de acontecer e a opinião de todos é a de que não se pode ignorar, sob pena de se perder terreno para a concorrência, muita dela já nativa digital. «O IoT, o big data e a analítica avançada estão a alterar a génese do negócio das seguradoras, o assessment do risco. Passámos de uma realidade em que olhávamos para trás, para outra em que atuamos em tempo real», constata Rogério Campos Henriques, executive board member & CIO na Fidelidade.
Mais do que modernizar e digitalizar processos, Vergílio Rocha, diretor Corporativo de Sistemas de Informação, EDP, garante que a transformação do contexto interno das organizações será também decisiva para atrair o talento de que todos falam. «A transformação digital traz desafios novos e alguns ainda não os vislumbramos», constata o responsável.
Para a transformação digital seja bem-sucedida, Jaime Quesado, presidente do Conselho Diretivo, ESPAP – Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública, diz que tem que existir um envolvimento da gestão de topo em todos os passos da mudança. «A liderança é um exercício de gestão. Esta tem de ser ativa e comprometida com a inovação e com a transformação digital. Tem de ser uma gestão em rede», destaca Jaime Quesado, ESPAP.
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