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Investigadores de Coimbra criam modelo de carregamento inteligente para autocarros elétricos

Publicado em 28 Julho 2022 | 393 Visualizações

A Universidade de Coimbra acolheu um projeto que desenvolveu um modelo inteligente para otimizar o carregamento de frotas de autocarros elétricos em 30% a 40%. Esta melhoria vai permitir diminuir custos de operação e aumentar o ciclo de vida das baterias.    

Como frisam os promotores do projeto, ainda há vários desafios a vencer para que a adoção em massa de transportes públicos elétricos possa acontecer, nomeadamente ao nível das infraestruturas para estes veículos nas cidades. «A rede elétrica não está preparada para uma eletrificação total dos transportes públicos. Por isso, é necessário encontrar soluções que ultrapassem estes obstáculos», sublinha-se.

O modelo criado pelos três investidores da Universidade de Coimbra propõe uma

abordagem mista, considerando a venda de energia à rede através da tecnologia

V2G (vehicle to grid) e a degradação das baterias.

«A principal novidade do modelo é incluir uma estrutura de envelhecimento da bateria para avaliar os custos de degradação, o que permite aumentar o ciclo de vida das baterias, que

atualmente ainda são dispendiosas», explicam os investigadores. Isto permite reduzir o custo total de carregamento e contribuir para melhorar o ciclo de vida das baterias. 

O modelo foi estudado com recurso a dados reais da frota de miniautocarros elétricos que circula na cidade de Coimbra e foi a partir desse caso de estudo que os investigadores chegaram aos níveis de melhoria apresentados. Importa referir que os resultados refletem o cenário de carregamento mais desfavorável, em que toda a frota é carregada no horário em que a energia é mais cara 

O estudo que detalha o projeto foi publicado na revista Energy, num artigo com o título “Electric Bus Coordinated Charging Strategy Considering V2G And Battery Degradation”. O projeto esteve a cargo do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores de Coimbra (INESC Coimbra) da Universidade de Coimbra e foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. O modelo foi desenvolvido por Jônatas Augusto Manzolli, João Pedro Trovão e Carlos Henggeler Antunes

A investigação vai continuar e centrar-se-á agora no desenvolvimento de uma versão mais detalhada do modelo de otimização para permitir uma previsão em minutos, que dê resposta, por exemplo, quando acontece um acidente que obriga a uma reorganização de toda a frota e do seu carregamento.


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Projetos

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