Desempenho e fiabilidade são as armas da Lenovo para crescer no mercado de data center em Portugal

Já lá vão quase três anos desde que a Lenovo comprou o negócio de servidores x86 da IBM. O movimento estratégico deu à tecnológica chinesa um impulso importante neste segmento de negócio. Mas se a estratégia a curto prazo ficava ‘resolvida’ com este negócio, a grande questão que se colocava era ao nível da estratégia de médio e longo prazo.
Este é o ano em que a Lenovo está a dar todas as resposta aos seus parceiros, clientes e potenciais clientes. A empresa está a arrumar a casa na sua divisão de centro de dados e os resultados começam a aparecer. Em termos de produto assistimos a uma simplificação do portfólio e passam a existir apenas duas grandes marcas: ThinkSystem e ThinkAgile, como já tínhamos dado conta.
A primeira é para dar resposta às necessidades de legacy das empresas. Segundo a Lenovo, 80% das iniciativas de TI têm como objetivo manter os sistemas e clientes atuais, sendo que apenas 20% estão destinadas a capítulos de inovação e transformação digital. Os novos servidores, soluções de armazenamento e de rede têm como objetivo garantir este lado mais estático das empresas, com a promessa de aumentar o desempenho em formatos quase inalterados.
Por outro lado o ThinkAgile serve justamente para dar resposta às necessidades específicas das empresas. É aquilo a que a Lenovo chama de Software Defined Data Center (SDDC). O cliente tem um pedido específico, faz esse pedido à Lenovo, que em conjunto com uma vasta rede de parceiros desenvolve a solução à medida do cliente.
Questionado sobre qual das duas marcas acredita que vai ter maior procura em Portugal, o diretor da Lenovo Data Center Group para o mercado ibérico, Ángel Ruiz, foi peremptório: «Ambas». Na opinião do executivo, as empresas estão a passar por vincados processos de transformação digital e as marcas ThinkSystem e ThinkAgile servem justamente para dar resposta a todo o espectro de necessidades que possam surgir – existem clientes que necessitam do maior débito e desempenho possível e existem clientes que precisam de soluções à medida.
No final das contas a empresa está a tentar passar duas mensagens claras: desempenho e fiabilidade. Foram provavelmente os termos mais repetidos ao longo da apresentação feita à imprensa sobre a nova estratégia da tecnológica na área dos data centers.
Há ainda outras apostas que a Lenovo tem feito com o objetivo de satisfazer melhor os seus clientes. Por exemplo, a criação de um centro de produção e fabrico na Hungria permite fazer com que os equipamentos estejam em qualquer país da Europa apenas quatro dias após o fim da sua produção. A Lenovo está ainda a apostar na inteligência artificial e na Internet das Coisas, áreas que contam com um investimento de 1,2 mil milhões de dólares.
«Estamos a fazer uma aposta fortíssima na componente de inteligência artificial. (…) Estamos a criar programas de canal dedicados para data center. Estamos a investir em formação com os nossos parceiros», salientou depois o gestor de contas enterprise da Lenovo DGC Portugal, Miguel Silva.
Por todas estas apostas e mudanças, Ángel Ruiz não tem dúvidas em apontar este momento como a maior transformação tecnológica que a Lenovo já alguma vez teve. Atualmente o mercado português de data center representa 15% do total do mercado ibérico para a Lenovo, sendo objetivo aumentar o peso de Portugal para os 23% nos próximos dois anos e meio, adiantou Ángel Ruiz em entrevista ao Ntech.news já à margem da apresentação.
«Queremos que toda esta nova tecnologia que estamos a lançar vá aumentar o nosso negócio em Portugal», salientou o executivo.
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