Maioria das empresas dispostas a pagar mais por 5G
Três quartos das empresas inquiridas num novo estudo da Gartner indicam que estão dispostas a pagar mais por serviços 5G, apesar de haver alguma confusão em relação à disponibilidade e aplicação da nova geração. Por exemplo, a maioria acha que a rede será global dentro de três anos, algo que é pouco provável, e pretende usar 5G para IoT, o que não é o caso de uso mais favorável neste momento. O estudo denota o entusiasmo da maioria das empresas em relação à nova geração, apesar de esta ser vista como uma evolução e não revolução.
Apenas 24% das organizações que serão utilizadoras finais da próxima geração de redes disseram que não têm intenção de pagar mais por 5G quando comparado com os preços do 4G.
«As empresas na indústria de telecomunicações têm maior tendência a preparar-se para pagar mais que as de outras indústrias», nota Sylvain Fabre, diretor de pesquisa na Gartner. «As empresas clientes finais nos sectores da manufatura, serviços e governo, por exemplo, são as menos disponíveis para pagar um valor premium por 5G em relação às companhias no sector das telecom, que estão dispostas a pagar mais pelo uso interno».
O que a Gartner diz aos fornecedores que se preparam para invadir o mercado com 5G é que devem oferecer preços mais favoráveis nas indústrias em que os utilizadores estão menos convencidos dos benefícios do 5G. Além disso, devem criar propostas de valor que incentivem os clientes a começarem os projetos de migração mais cedo.
Embora a maioria das empresas inquiridas diga que estão preparadas para pagarem mais por 5G, um pequeno número (8%) espera que a nova geração permita poupança de custos noutras áreas ou um aumento das receitas. O 5G é visto principalmente como uma evolução da rede (59%) e apenas de forma secundária como um meio de digitalização do negócio (37%). É uma visão que contrasta com as perspetivas das consultoras, segundo as quais o 5G será essencial para permitir uma verdadeira transformação digital.
Curiosamente, são as organizações na indústria das telecom que estão menos convencidas do poder do 5G no aumento das suas receitas. “Elas tendem a ver a migração 5G como uma questão de mudança de infraestrutura gradual e inevitável, e não como uma oportunidade de gerar novas receitas”, explica Fabre.
Por outro lado, o maior caso de utilização da nova geração de redes será a Internet das Coisas: 57% dos inquiridos diz que a principal intenção é dinamizar as comunicações IoT. «É surpreendente, visto que o número de “coisas” que precisam de conectividade celular não vai exceder a capacidade das tecnologias celulares IoT existentes antes de 2023, na maioria das regiões», adianta o analista da Gartner. E mesmo depois de implementada a nova geração, apenas um pequeno segmento de casos de utilização IoT vai requerer uma combinação de baixa latência e velocidades muito elevadas, acrescenta. Mais: o 5G não terá capacidade de suportar comunicações máquina a máquina em massa antes de 2020. Conclusão: há alguma confusão em relação às aplicações do 5G, já que a comunicação IoT é melhor servida, de forma mais barata, com outras soluções – Wi-Fi ou Bluetooth.
Outro exemplo de confusão é que 84% dos inquiridos acha que o 5G estará implementado em 2020, mas os fornecedores de serviço apontam apenas para 2022. Na verdade, a Gartner prevê que em 2020 apenas 3% dos fornecedores tenha lançado redes comerciais de 5G.
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