Mais de metade das empresas portuguesas já está na cloud
«No último ano houve um crescimento brutal da utilização da cloud em Portugal», adiantou esta quinta-feira Gabriel Coimbra, diretor-geral da IDC Portugal, na abertura de um evento promovido pela consultora sob o tema, Cloud Leadership Forum. À margem do encontro, o responsável adiantou ao Ntech.news que no final do ano passado perto de 55% das empresas em Portugal já usavam cloud e admitiu que o número representa um crescimento muito acelerado, tendo em conta que há dois ou três anos essa percentagem não ia além dos 35%.
Nesta evolução não há áreas que se sobreponham, acrescentou, já que o crescimento é generalizado e estende-se desde as infraestruturas ao software, mas é possível identificar nuances. Verifica-se «uma grande adoção de plataformas como o Azure ou a Amazon», sendo que a forte penetração da Microsoft em Portugal reflete-se também aqui e é o Azure que tem conquistado mais adeptos.
No campo das aplicações, identificam-se os mesmos sinais e além do crescimento significativo na adoção de soluções como o SalesForce (CRM), o Microsoft Office na cloud também esteve em grande destaque.
Esta adoção crescente de soluções na nuvem tem-se traduzido num «crescimento do mercado, em volume de investimento, na ordem dos dígitos há já vários anos», precisou Gabriel Coimbra, acrescentando que a IDC acredita que a tendência seja para manter. Contas feitas, daqui a dois anos o número de empresas portuguesas a usar soluções cloud deve ascender a 70%.
As startups têm tido um papel importante nesta transformação, admite ainda ao Ntech.news o responsável. São empresas que «nascem orientadas para a cloud», a apostar de raiz em sistemas e aplicações com estas caraterísticas e que, ao contrário das empresas mais antigas, não têm uma herança TI para gerir. Essa orientação e a agilidade que daí resulta pressiona o resto do mercado e tende a acelerar a necessidade de resposta dos concorrentes.
Ambientes híbridos vão dominar aposta na cloud até 2020
No Cloud Forum foram ainda partilhados outros números, alinhados pela IDC no estudo Futurescape Worldwide Cloud 2017. Lançam um olhar sobre a evolução destas soluções e a forma como serão adotadas e exploradas pelas empresas. Mostram que a tendência de concentração de fornecedores, no que se refere às plataformas cloud, tende a continuar e que, se em 2015 um pouco mais de metade do mercado já era controlado por cinco grandes fabricantes, em 2020 a prevalência vai repetir-se mas para 75% do mercado.
Também revelam que as clouds híbridas, que têm vindo a ganhar popularidade, continuarão a atrair investimento e em 2020 85% das empresas estarão a usar ou a desenvolver arquiteturas de multicloud.
No mesmo ano, metade dos investimentos em novas aplicações passaram pela cloud e mais de metade das aplicações terão capacidade de integração com serviços cloud.
Na analítica e na capacidade de analisar dados em tempo real, as respostas passarão também, cada vez mais, pela cloud e no fim da década 30% das organizações terão o seu analytics fora de casa.
As Industry Clouds são outra tendência identificada no estudo da IDC. A consultora espera que em três anos 26% das empresas lá estejam a trabalhar nas suas próprias clouds, a partir das quais vão desenvolver e vender serviços. Entre os gigantes (as 500 maiores empresas ) a opção será ainda mais vincada e já terá sido feita por 80% das organizações.
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