Mais de um quarto do capital da NOS nas mãos do tribunal

Na sequência das suspeitas que recaem sobre a empresária Isabel dos Santos, uma das principais acionistas da NOS, a operadora viu arrestado pela justiça 26,075% do capital da empresa, uma medida preventiva que decorre de suspeitas de fraude sobre as atividades da empresária angolana.
O anúncio foi feito pela própria Sonaecom à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários. Na nota a empresa diz que foi informada pela parceira ZOPT SGPS da medida decretada pelo Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa. Recorde-se que ZOPT e NOS detêm uma sociedade que controla em partes iguais metade do capital da NOS.
Como explica a NOS, «nos termos da referida decisão, as ações arrestadas ficam privadas do exercício de direito de voto e do direito a receber dividendos, devendo estes últimos ser depositados na Caixa Geral de Depósitos SA à ordem do tribunal».
A NOS disponibiliza-se para colaborar com a justiça em todo o processo, embora considere a medida desadequada, por considerar que existiam outros instrumentos para atingir os mesmos fins, sem prejudicar terceiros e garante que tudo fará para levantar o arresto. Considera também que parte da decisão do tribunal, que se relaciona com a privação dos direitos de voto do capital arrestado é ilegal e será contestado.
A ZOPT nasceu em 2012 para unir as participações de Isabel dos Santos e da Sonaecom e passar a controlar o capital da NOS (à data Zon Optimus), a partir de uma única sociedade. Para esta sociedade a empresária angolana levou uma participação de 28% na Zon e a Sonaecom a totalidade do capital da Optimus.
A ZOPT começou por deter 50,1% da NOS, em 2016 aumentou essa participação para 52,15%, através da aquisição de uma participação direta da Sonaecom no capital da operadora.
Na metade da ZOPT que não pertence à Sonaecom estão representadas as participação das sociedades Kento Holding Limited e Unitel International Holdings, bem como de Isabel dos Santos, que também controla as sociedades em questão.
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