Marinha avança com primeira Zona Livre Tecnológica

Foi esta terça-feira apresentada a primeira Zona Livre Tecnológica do país, que vai ser gerida pela Marinha Portuguesa, através do seu Centro de Experimentação Operacional, em Troia. Com uma área superior a mil milhas quadradas, a primeira Zona Livre Tecnológica oficial do país vai abranger os concelhos de Sesimbra, Setúbal e Grândola, numa área que será sensorizada para permitir testes e experimentação de novas tecnologias.
A ZLT Infante D. Henrique vai testar, em mar aberto e em circunstâncias reais, sistemas de segurança e de defesa não tripulados e outras tecnologias em ambientes de subsuperfície, superfície (terrestre e molhado) e aéreo.
Vão ser testadas e validadas novas tecnologias de comunicações, sensores, inteligência artificial e materiais, numa zona que, pelas suas características geofísicas, permitirá também estudar o mar profundo e onde será instalada uma plataforma multipropósito (ilha artificial).
«A ZLT Infante D. Henrique é a plataforma para a construção de uma Marinha tecnologicamente avançada que queremos significativa para os portugueses e para os nossos aliados e é, simultaneamente, a alavanca para a mudança», defendeu o Almirante Gouveia e Melo, a propósito do lançamento.
Aqui pretende-se promover a colaboração com a indústria, a academia e utilizadores finais, assim como atrair projetos de experimentação inovadores com tecnologias emergentes que possam ter impacto no meio marítimo.
O enquadramento legal das Zonas Livres Tecnológicas foi preparado durante anos e aprovado no ano passado. Em dezembro ficou disponível a plataforma que permite submeter manifestações de interesse, para a criação destas áreas delimitadas para o teste e experimentação de tecnologias inovadoras.
A Agência Nacional de Inovação, responsável por coordenar e gerir as ZLT, adianta que já recebeu 12 manifestações de interesse para projetos nesta área, oito favoráveis, onde se pretende testar soluções de Mobilidade, Fintech, Comunicações e Ambiente.
A primeira ZLT do país nasceu na verdade em 2019, em Matosinhos, muito antes de existir um regime jurídico que o previsse. Este primeiro laboratório vivo de experimentação tecnológica foi uma iniciativa do CEiiA, em colaboração com a autarquia, onde têm sido testadas várias inovações desenvolvidas pelo Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto.
Publicado em:
AtualidadePartilhe nas Redes Sociais