Multinacional da saúde desenvolve e lança modelo de IA inovador a partir de Portugal
Portugal foi o país escolhido pela Diaverum para desenvolver e fazer os testes piloto de um modelo de inteligência artificial, que vai ajudar os seus médicos e equipas clínicas a prever com um grau elevado de certeza futuros episódios de trombose.
A Diaverum é uma multinacional especializada na prestação de cuidados de saúde para doentes renais. O modelo de IA que testou em Portugal, vai ser usado pelos profissionais da empresa para melhorar o trabalho de diagnóstico e antecipar situações com impacto importante nos doentes em tratamento com hemodiálise.
Nos modelos de IA criados e agora testados pela Diaverum são incluídos dados clínicos de cada doente a partir de diferentes variáveis, incluindo valores de tratamento de diálise, resultados de análises laboratoriais e informação demográfica. O objetivo é conseguir prever se o doente vai sofrer de um evento de trombose uma semana antes do episódio ter lugar. A previsão é apresentada à equipa médica com um conjunto de informação científica associada, para facilitar a tomada de decisão.
Os testes realizados, que tiraram partido da informação de histórico dos doentes acompanhados pela empresa, apontaram para uma capacidade de prever 75% dos casos que não tinham sido detetados por outros meios de diagnóstico ou sistemas de monitorização de referência, refere a empresa.
Portugal, onde a empresa tem 27 clínicas e assiste 3.500 doentes, é também um dos países escolhidos pela multinacional para começar a usar a nova ferramenta, que vai implementar desde já também em Espanha e na Arábia Saudita. Nestas geografias, a Diaverum conta com 12 mil doentes.
No foco do projeto que começou em Portugal está a deteção precoce de sinais de «trombose do acesso vascular, com uma incidência de entre 0.11 a 0.5 episódios por doente a cada ano», explica a Diaverum, acrescentando que esta é uma das maiores causas de sofrimento nos doentes renais crónicos em hemodiálise.
A empresa acredita que esta inovação «pode revolucionar a forma como lidamos com esta doença» e terá um forte impacto na capacidade de prever e tomar medidas preventivas, já que vai melhorar consideravelmente a capacidade de diagnóstico, como sublinha Dimitris Moulavasilis, CEO.
A longo prazo, a Diaverum pretende construir uma plataforma de inteligência artificial, de forma a treinar, validar, testar e monitorizar uma série de modelos de IA que podem dar resposta a outras necessidades clínicas.
Em relação ao modelo de IA agora anunciado, nos próximos 18 meses o plano passa por aplicá-lo nas 452 clínicas do grupo, em 24 países.
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