Startup portuguesa cria dispositivo IoT para prever cheias
Uma startup incubada no Vodafone Power Lab apresentou um dispositivo de monitorização de rios através de sensores IoT (Internet das Coisas), que será instalado no rio Mondego. O projeto chama-se precisamente Rio Mondego e foi desenvolvido por uma equipa de três estudantes do departamento de Engenharia Eletrotécnica e Computadores, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
Os sensores ultrassónicos, com tecnologia semelhante à que é usada nos sensores de estacionamento automóvel, serão instalados em cinco pontos diferentes do rio Mondego e darão alerta no caso de cheias. A ideia para o projeto surgiu há cerca de um ano, depois de uma das piores cheias verificadas em Coimbra, que provocou 2,5 milhões de euros de prejuízos. O envolvimento do Vodafone Power Lab aconteceu no final do ano passado para albergar o projeto de Tiago Custódio, Cristiano Alves e Rui Sousa.
A solução utiliza a rede de dados móvel da Vodafone para monitorizar o caudal do rio e enviar informação sobre o nível das águas e as suas flutuações. Tudo é feito em tempo real e com recurso a um serviço na nuvem.
Depois, os dados recebidos são analisados por uma componente de inteligência artificial que inclui aprendizagem de máquina: à medida que o sistema acumula informação sobre o nível das águas, torna-se mais fácil prever com antecedência a probabilidade de cheias e identificar os fatores que mais influenciam a sua ocorrência. A equipa irá disponibilizar a informação ao público, através do site www.riomondego.com, em linha com um segundo objetivo mais didático: alertar as populações para o uso sustentável da água. O projeto pode ser usado noutras vertentes, incluindo monitorização de reservatórios de água, albufeiras e barragens, ajudando a prevenir situações de seca.
O envolvimento da Vodafone também está alinhado com a sua estratégia refrente à IoT – a empresa tem um Centro de Competências de Internet das Coisas em Portugal, com uma equipa especializada a trabalhar no desenvolvimento de soluções para o mercado nacional e para o resto do grupo.
Em março, a operadora atingiu 50 milhões de ligações IoT, um marco importante no sector.
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