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O que esperam os gestores portugueses da nuvem?

Publicado em 29 Março 2016 | 1459 Visualizações

Numa escala global, o tráfego de cloud vai quadruplicar entre 2014 e 2019 com mais de 275 milhões de aplicações e workloads alojados na cloud no fim desse período. Estes dados avançados pela Cisco apontam para um crescimento anual de 27% e impulsionado pela transformação digital, que ocorre num número significativo de empresas, não só a nível mundial, mas também em Portugal.  

 

Os gestores estão expectantes e no meio de muitas questões surgem dúvidas quanto ao retorno deste modelo. Nuno Carvalho, CTO na Knowledge Inside, garante que não há razões para receios, tendo em conta o valor acrescentado que estas soluções conseguem aportar ao negócio dos clientes. A procura de valor existe por parte de quem investe nos projetos cloud, garante Pedro Pereira, business unit manager na Rumos IT Services. Segundo ele, esse valor está implícito na maior eficiência e no menor custo sem comprometer a segurança e a confidencialidade da informação. «Agora, a eficiência operacional está acessível a qualquer empresa, de qualquer dimensão e setor de atividade, gerando vantagem competitiva, já que as equipas de TI podem concentrar-se mais na inovação e melhoria do negócio», sustenta David Afonso, senior vice-president da Primavera BSS.

 

Os gestores portugueses estão alinhados com o mercado internacional, procurando inovação que diversifique modelos de negócio e crie fatores de diferenciação, disso não há dúvidas. Estas são características, cada vez mais, procuradas na análise de fornecedores de serviços cloud. Além da facilidade de uso e da competitividade do TCO analisadas num primeiro momento, é necessário que a cloud ofereça capacidade de inovação pronta a utilizar de acordo com o time-to-market das estratégias.

«As aplicações cloud permitem-lhes de uma forma geral, experimentarem e utilizarem as ferramentas, desistindo em qualquer momento sem terem feito grandes investimentos financeiros e isso é uma enorme mais-valia. A esta junta-se o facto de poderem começar a usá-las imediatamente, sem necessidade de esperar por implementações, instalações ou comprar hardware», sustenta Francisco Caselli, research director na PHC.

 

Esta busca pela inovação é já um requisito dos gestores de empresas de nova geração que procuram a globalização do seu negócio. «Tecnologias emergentes como machine learning, Internet of Things ou integração da análise de informação com a assistente digital pessoal são disruptivas e muito procuradas para um amplo grupo de soluções e setores de atividade», sustenta Luís Carvalho, diretor da unidade de cloud e datacenter na Microsoft Portugal.

Citando um estudo próprio, realizado junto de um grupo de gestores, a Sage identificou que as aplicações de gestão, a mobilidade e o analytics avançado são as soluções mais referenciadas pelos gestores, pelo seu impacto na inovação empresarial, conduzindo à reformulação de processos de negócio existentes ou mesmo à criação de novos modelos que sustentem a competitividade em relação aos concorrentes. «A cloud é claramente reconhecida como uma tecnologia facilitadora pela sua capacidade de induzir agilidade nos negócios, o chamado speed-to-market, e influir na criação de novos produtos e serviços baseados na informação», esclarece Rui Nogueira, responsável de enterprise market na Sage.

 

De facto, os fornecedores reconhecem que os gestores portugueses acreditam no potencial da cloud para a disrupção digital das suas operações. A nuvem, ao permitir o acesso a partir de qualquer dispositivo e em qualquer local, abriu um novo espaço de oportunidades para muitas empresas, que lhes permite oferecerem serviços aos seus clientes de forma simples e eficaz. Este é um movimento que apenas irá acelerar ao longo dos próximos anos, uma vez que as tecnologias associadas à cloud são plataformas que permitem a implementação das soluções tecnológicas do futuro, em tempo real, com curtos períodos de latência, e disponíveis numa lógica de serviço, quando necessário. José Oliveira, CEO da BI4ALL, acredita que há um caminho a percorrer, e quando olham para a situação atual de muitos clientes, percebem que «existe a necessidade de identificar um roadmap de adoção e integração destas tecnologias, dado que o seu impacto é profundo também em termos de segurança, privacidade e demais preocupações dos gestores».

 

Simplicidade, elasticidade, segurança, são fatores que estão a guiar os gestores na procura de respostas na cloud, no entanto, a questão de fazer ou não a viagem tem de ser ponderada cautelosamente. «Muitas das aplicações com que nos deparamos no dia a dia foram alvo de várias customizações ao longo do tempo, e em alguns dos casos nem sequer houve acompanhamento tecnológico. O caminho lógico passa pela migração direta para novas versões ou novas/existentes aplicações na cloud e não a simples migração para o modelo IaaS», justifica José Fonseca, senior systems engineer information management no SAS Portugal.

 

Está claro que é necessário existir uma adequação correta da aplicação ou serviço, o que leva a mudanças muitas vezes radicais na arquitetura das aplicações. Manuel Piló, business development – cloud and managed services na Cisco Portugal, explica que na perspetiva do desenvolvimento aplicacional, as tecnologias de cloud estão muitas vezes associadas aos processos de DevOps e Agile, que são também eles mudanças transformacionais nos tradicionais modelos de desenvolvimento (conhecidos por Waterfall). De acordo com este responsável, estes novos modelos permitem um desenvolvimento contínuo e rápido de forma a dar resposta às necessidades imediatas do mercado. «Exemplos como o Facebook ou o Google estão continuamente a fazer evoluções às plataformas disponibilizadas, tirando partido destes modelos de Agile», sustenta o especialista.

No entanto, a renovação da aplicação com serviços mais ágeis como PaaS ou SaaS está, por vezes, alinhada com os ciclos de investimento do cliente que aguarda que a aplicação atinja o final da sua vida útil para então fazer sentido renovar ou redesenhar. Exceções a este padrão são aquelas aplicações que, por imperativos de competitividade, regulatórios ou revisão de estratégia, necessitam de alterações mais urgentes. Também assistimos a exemplos em que existe uma utilização combinada de PaaS/SaaS e IaaS. No entender do diretor da unidade de cloud e datacenter na Microsoft Portugal, as componentes com menor dificuldade «mudam rapidamente para os novos modelos enquanto o legacy pode ficar em IaaS, não exigindo alterações na aplicação».

 

 

Cinco passos a caminho da cloud


1.        Criar uma estratégia, arquitetura e plano;
2.        Identificar e priorizar as workloads;
3.        Determinar as opções de deployment na cloud;
4.        Desenvolver um business case para cloud;
5.        Preparar/planear a implementação.

(FONTE: IBM)


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