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O que faz a mobilidade pelo ambiente empresarial?

Publicado em 11 Outubro 2015 | 1536 Visualizações

José Manuel Oliveira

Decunify

 

 

O tema da mobilidade tem suscitado imensas discussões e artigos sobre o seu impacto na vida dos utilizadores de tecnologias de informação, fundamentalmente no âmbito da sua utilização no seu dia-a-dia, mas com um enfoque mais reduzido na utilização profissional, embora me pareça apropriado ter uma reflexão sobre esta perspetiva e dos desafios que se põem às empresas, na adaptação dos ambientes de trabalho, aplicações e segurança.

O acesso à informação em qualquer hora e em qualquer lugar passou a fazer parte do nosso modo de vida. A questão põe-se em saber se as nossas empresas estão adaptadas a esta nova realidade.

 

Portugal é um dos países com mais lares ligados, em banda larga, à internet, que se traduz num nível de habituação e de disponibilidade no acesso à informação, que nem sempre encontramos no nosso ambiente de trabalho.

É uma verdade que os operadores de comunicações têm aproveitado, em meu entender muito bem, esta oportunidade, oferecendo cada vez mais pacotes de comunicações de voz e dados a preços muito competitivos, captando assim a geração digital, que cada vez menos usa a voz para comunicar e que privilegia a comunicação escrita. Porém as velocidades de comunicação e disponibilidade de rede ainda não disponibilizam, a qualidade de serviço adequada às exigências dos utilizadores, fundamentalmente quando queremos utilizar esta tecnologia de comunicações, na nossa atividade profissional.

 

Neste contexto, é cada vez mais frequente os utilizadores referirem que tem menor qualidade nos  meios de comunicação que têm à sua disposição nas empresas, em comparação com o seu ambiente privado.

De facto, é comum sermos confrontados com utilizadores que possuem três dispositivos de comunicação (portátil, tablet e smartphone), que pretendem ligar às nossas redes empresariais. Sabendo que destes dispositivos, somente o portátil tem capacidade de ligação a uma rede de comunicações por cabo e que mesmo neste caso, com as novas tendências dos escritórios de futuro, em que deixou de haver um lugar físico para cada um de nós ter o seu posto de trabalho atribuído, cria-se uma pressão adicional nas organizações para a implementação de redes de comunicações sem fios (wi-fi), cada vez maior. Se no caso de instalações já existentes não se põe a questão de tomar a decisão entre uma rede de cablagem estruturada ou uma rede wireless, pois a rede de cablagem já existe, no caso de novas instalações põe-se a dúvida do caminho a escolher. A dispensa total da rede de cablagem é ainda impossível pois existem ainda dispositivos que somente podem ser ligados através de cabo, impressoras, telefones, faxes e os próprios AP’s. Porém com a aprovaçao, da norma IEEE 802.11n, que incorpora a tecnologia Multiple-Input Multiple-Output (MIMO), que utiliza múltiplas antenas para transmissão e receção, disponibilizando taxas de transferência até cerca de 600Mbps, permite-nos disponibilizar ligações wi-fi, para múltiplos utilizadores, com elevada largura de banda e uma boa experiência de utilização. A partir do momento que seja ratificada a norma IEEE 802.11ac, que permitirá aumentarmos as taxas de transmissão até valores na ordem de 1Gbps, estaremos em condições de olhar para as redes de comunicações wireless, não como um complemento das atuais redes de cablagem, mas como a rede preferencial de comunicações, nos ambientes empresariais.

 

No entanto, como já atrás referi, este novo paradigma abre novos desafios aos CIO’s, pois a tendência será cada vez mais a gestão dos equipamentos que cada um dos colaboradores traz para o ambiente de trabalho (BYOD – Bring Your Onw Device), ao contrário do que anteriormente acontecia, ou seja, era a empresa a disponibilizar as ferramentas de trabalho aos seus colaboradores (portátil ou desktop e telemóvel), previamente configurados e com todas as regras de segurança e proteção de acesso aos dados da empresa, perfeitamente implementadas, de acordo com as normas instituídas.

 

Podemos, então, concluir que a tendência natural de evolução das redes de comunicações empresariais passa por garantir aos seus colaboradores a mobilidade necessária para o desempenho das suas funções, de acordo com normas de segurança implementadas à utilização dos seus dispositivos móveis e com garantia de qualidade de serviço e fiabilidade. Para que isso aconteça há que eleger a solução que se melhor se adapta às suas necessidades, sendo fundamental escolher um prestador de serviços com elevada experiência nesta área, pois existem especificidades próprias destas novas tecnologias, ao nível da comunicação wi-fi, frequências de rádio, sobreposições de canais de transmissão, etc., que devem ser estudadas com enorme cuidado, na fase de projeto, para que a solução a implementar cumpra todos os requisitos definidos pela organização.

 

Tenho a certeza que existe ainda um longo caminho a percorrer nesta área, o que se traduz numa enorme oportunidade de negócio para os fabricantes e integradores.

 

 

 


Publicado em:

Opinião

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