«Os mercados alemão e irlandês são os nossos próximos objetivos de expansão»
Em 2016 a agap2IT faturou três milhões de euros fora de Portugal, este ano espera chegar perto dos quatro milhões, inseridos num volume de negócios que a companhia quer fazer crescer até aos 14 milhões de euros.
A internacionalização é um dos pilares estratégicos da consultora liderada por Filipe Esteves, que este ano quer crescer em novas geografias mas também em novas áreas de negócio, para continuar a ajudar as empresas nos seus processos de transformação digital.
Ntech.news – Na vossa perspetiva quais são os principais desafios que se colocam hoje às empresas portuguesas, numa altura em que a transformação digital atingiu quase carácter de urgência?
Filipe Esteves – O momento atual é de rápida inovação e crescente mudança tecnológica. Esta transformação digital encontra-se apenas no início de uma grande curva a pique. Para alcançar o topo e manter essa posição, são necessárias diversas qualidades: uma liderança com visão que aposte na inovação e que seja capaz de aceitar e gerir riscos; uma estrutura empresarial que se adapte rapidamente às mudanças; uma força colaborativa audaz, empreendedora e atualizada nas tecnologias modernas e emergentes.
Nesse âmbito quais são os maiores constrangimentos que identificam hoje à mudança?
A conjuntura económica mantém-se desafiante para as empresas nacionais. Pese embora estejam a apostar na gradual digitalização de serviços, trata-se de um contexto ao qual temos de estar sensíveis às especificidades dos clientes. Fazemo-lo com consultoria capaz de converter exigências em oportunidades geradoras de valor. Value for Money.
Por outro lado, com a crescente procura de serviços de TI, o nosso desafio tem de ser cada vez mais o de garantir que temos a capacidade de resposta e competência técnica para as solicitações. Trabalhamos continuamente na capacitação dos nossos recursos humanos.
Os recursos humanos – ou a falta deles – também são um desafio? Que caminhos vos parecem mais viáveis para resolver a questão?
Acreditamos que as entidades públicas do Estado, as universidades e as empresas de TI têm de trabalhar em conjunto para conseguir corresponder às solicitações do mercado. Há que investir na formação talentos para que as entidades do sector possam melhorar os seus índices de produtividade e serem cada vez mais competitivas a nível global.
Em que áreas perspetivam maiores volumes de investimento este ano, nas empresas que estão a abraçar este desafio da transformação digital?
Em Portugal, as empresas estão a cada vez mais abertas à implementação de tecnologia com base nos recursos digitais da 3ª Plataforma. A IDC prevê que 25% das 500 maiores empresas vão adotar este tipo de recursos no ano de 2020. A dimensão e as necessidades do mercado nacional vão ditar a maturação da tecnologia e investimentos.
Neste ano, esperamos que o maior volume de investimento seja na internacionalização e na área de transformação digital.
Em relação à agap2IT, quais são as grandes apostas estratégicas para 2017?
As grandes apostas passam pelo reforço da nossa capacidade de desenvolvimento e suporte no modelo Nearshore. O desenvolvimento das nossas competências na área de transformação digital assume-se, igualmente, como uma forte aposta.
O grupo tem feito uma aposta importante na internacionalização. Este ano como vai gerir essa aposta: quais são as prioridades?
A prioridade vai passar pelo reforço da nossa presença nos mercados BENELUX, sendo que os mercados alemão e irlandês são os nossos próximos objetivos em termos de expansão.
Estão a perspetivar a entrada em novos mercados?
A entrada no mercado de desporto é uma das nossas apostas para 2017. A nossa área de investigação e desenvolvimento vai, igualmente, permitir-nos entrar em novos mercados através do digital.
Em 2016 quanto da vossa faturação foi assegurada pela atividade internacional e no final deste ano qual a expectativa de evolução?
Pela nossa atividade internacional tivemos diretamente uma faturação a rondar os 3 milhões de euros. A nossa expetativa de evolução é atingirmos os 3,9 milhões de euros.
Outra aposta que têm vindo a fazer é na criação e desenvolvimento de centros de competências. Este ano como vai evoluir esta área, seja no que se refere ao reforço do que já têm ou, eventualmente, na exploração de novas áreas?
O reforço dos nossos centros de competências é uma prioridade visto o desenvolvimento da nossa oferta em Nearshore. A capacidade de responder em projetos em mais tecnologias e em novas áreas de mercado é a evolução que se pretende. Queremos igualmente criar centros de competência adicionais na Europa para complementar a nossa oferta, como por exemplo, na Holanda.
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