Percentagem de mulheres na liderança de TI é inferior a 10%

Há cada vez mais atenção virada para a diversidade na indústria tecnológica, mas o número de mulheres com cargos de liderança ainda é muito baixo. Segundo o novo estudo Harvey Nash/KPMG CIO Survey 2017, que inquiriu 4500 CIO em 86 países (incluindo Portugal), as mulheres constituem apenas 9% dos líderes de tecnologia. Ainda assim, o relatório tem um indicador positivo: a probabilidade de as mulheres CIO terem sido aumentadas no último ano foi maior do que os homens, 42% contra 32%.
O CIO Survey aborda várias temáticas, desde a segurança às estratégias digitais. A competência tecnológica cuja procura mais cresceu (26%) foi Arquitetura Empresarial, mas a competência com maior procura (42%) continua a ser Big Data & Analytics. No campo da segurança, a preocupação atingiu um máximo histórico: um terço dos líderes de TI afirma que a sua organização sofreu um ciberataque de grande dimensão nos últimos 24 meses.
Outra das principais conclusões é que os CIO estão a adaptar as suas estratégias tecnológicas para lidar com a incerteza da conjuntura político-económica que se vive (64% dos inquiridos). A aposta na inovação e em plataformas digitais tem como missão tornar as suas organizações mais ágeis; 89% das organizações estão a manter ou reforçar o investimento em inovação e mais de metade (52%) estão a investir em plataformas ágeis.
«As organizações operam hoje num contexto de profunda incerteza, de necessidade de mudança e reposicionamento estratégico rápido, para acompanharem a evolução tecnológica e as alterações político-económicas globais», afirma Rui Gonçalves, partner de IT Advisory da KPMG Portugal. De acordo com este responsável, este estudo revela que as estratégias digitais são hoje um fator-chave na definição de modelos de negócio mais ágeis e que os CIO são cada vez mais influentes junto dos CEO e das administrações, que procuram a sua ajuda para potenciar as oportunidades e lidar com as ameaças do mundo digital».
Nesta 19ª edição do estudo, o mais extenso no que toca a liderança de TI, é notório o impacto da transformação digital. As organizações com estratégias digitais aumentaram 52% em dois anos e as organizações com um Chief Digital Officer triplicaram em três anos (25%). A ideia é transformar a incerteza numa oportunidade.
Segundo os dados do Survey 2017, os CIO das organizações líderes digitais têm o dobro da probabilidade de liderar a inovação transversal do negócio (41% contra 21%) e estão a investir a um ritmo quatro vezes mais acelerado em automação cognitiva (25% contra 7%).
Por outro lado, dois terços dizem que os projetos de TI são mais complexos e falham por fraco compromisso (46%), abordagem demasiado otimista (40%) e objetivos pouco claros (40%).
«O estudo revela uma divergência clara entre as organizações que são líderes na transformação digital e as restantes organizações», diz Cristina Alberto, diretora de IT Advisory da KPMG Portugal. Segundo ela, as organizações líderes digitais caracterizam-se por um «maior alinhamento entre a estratégia de TI e a estratégia do negócio, são mais focadas na inovação e no crescimento e investem mais em tecnologias digitais disruptivas».
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