Poderá a IA fazer crescer a economia portuguesa?
Tudo indica que esse cenário é possível, no entanto, para tirar partido do potencial da IA, Portugal tem de resolver três questões críticas: criar um ambiente favorável à inovação; diminuir o défice de competências digitais no país; e garantir que as empresas de todas as dimensões têm acesso às tecnologias mais recentes.
O estudo independente ‘Desbloquear as Ambições da Europa sobre Inteligência Artificial (IA) na Década Digital’ da Strand Partners, encomendado pela Amazon Web Services (AWS), dá conta de que 35% das empresas em Portugal já adotou a tecnologia de IA, um crescimento de 25% desde 2022 e que, a manter-se esta taxa de adoção da IA, o impacto económico total estimado da adoção de tecnologias (em VAB) chegaria, até 2030, aos 61 mil milhões de euros.
O impacto económico positivo da IA nas empresas portuguesas é claro; 70% das empresas que recorre à IA refere um aumento das receitas e da produtividade. No entanto, a utilização da IA e de outras tecnologias digitais está atualmente mais concentrada nas empresas de maior dimensão (45% em comparação com apenas 32% de PME).
Suzana Curic, a nova country leader da AWS em Portugal e Espanha admite que as empresas «reconhecem as vantagens da IA para o seu crescimento e produtividade, enquanto as pessoas reconhecem o seu poder de transformar a forma como vivem e abordam os maiores desafios da sociedade. Para alcançar todo o potencial da Inteligência Artificial, é essencial que Portugal disponibilize o apoio correto à estratégia das competências digitais e à segurança regulamentar, de modo a apoiar as ambições das empresas e dos cidadãos».
A perspetiva de Portugal, relativamente aos poderes transformadores da IA, reflete a dos seus homólogos europeus. Mais de metade (64%) das empresas portuguesas considera que a IA vai transformar completamente, ou em grande parte, os seus setores. 77% das empresas portuguesas afirma que a tecnologia digital desempenha um papel importante ou mesmo essencial na concretização dos seus objetivos de crescimento a cinco anos.
A cloud está na génese da inovação
As ambições digitais de Portugal são sustentadas por um maior investimento em tecnologia digital. As empresas portuguesas ultrapassaram as suas congéneres europeias, aumentando no último ano o seu investimento no digital em 61%, mais dez pontos percentuais do que a média europeia de 51%.
Na rúbrica de investimento digital, a cloud surge destacada nas intenções de investimento. A adoção desta infraestrutura entre as empresas portuguesas cresceu para 27% em 2023, sendo que a maioria das empresas (81%) já ouviu falar da tecnologia, um pouco inferior à média europeia de 85%. Estas referem que o principal benefício é o apoio a práticas de trabalho à distância ou flexíveis – 60% das empresas portuguesas assinalou este benefício específico, em comparação com 50% em toda a Europa.
São precisos mais recursos especializados
As empresas referem com frequência a falta de competências digitais, sendo que apenas uma minoria (19%) delas considera ser fácil recrutar recursos humanos com as competências digitais adequadas. Estes dados confirmam-se no facto de 71% das empresas portuguesas afirmar que as dificuldades em contratar pessoas com boas competências digitais estão a travar o crescimento da sua atividade, quando a média europeia é de 44%.
Apesar da preocupação das empresas relativamente às competências dos seus coladores, mais de metade dos portugueses (55%) acredita que a IA vai criar mais oportunidades do que riscos no que diz respeito à segurança dos seus empregos e ao futuro do trabalho. Além disso, 72% dos portugueses preveem que a IA transforme a forma como se prestam cuidados de saúde e 63% diz que esta tecnologia vai transformar a educação nos próximos cinco anos.
Mais de metade (60%) dos portugueses acredita que a IA será importante para enfrentar grandes desafios da sociedade, como as alterações climáticas e o controlo de doenças, números que ultrapassam a média europeia, de 52%.
Em Portugal, a AWS, através de parcerias públicas e privadas, disponibiliza programas de ensino e formação, como o AWS re/Start, o AWS Academy e o AWS Educate, e está globalmente empe-nhada em formar 29 milhões de pessoas, na área de tecnologias da cloud, até 2025. O AWS re/Start, por exemplo, trabalha com organizações locais e oferece o programa em mais de 180 cidades e 60 países em todo o mundo. No geral, este programa possibilita oportunidades de entrevista de emprego a mais de 98% dos seus graduados.
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