Presença feminina ganha peso na Web Summit em Lisboa
Agora que caiu o pano sobre a edição de Lisboa da Web Summit, é tempo de um primeiro balanço pelo olhar crítico do seu criador, Paddy Cosgrave.
A conferência, que trouxe a Lisboa mais de 53 mil participantes, reuniu num mesmo espaço grandes empresas, CEOs, startups, pequenos empreendedores, mentores, financiadores e um conjunto de conferencistas com interesses díspares mas todos eles com um denominador comum: a forte aposta no empreendedorismo, preferencialmente, de base tecnológica.
Paddy Cosgrave defendeu, em conferência de imprensa, que as metas principais «foram atingidas» tendo-se verificado “uma grande interação entre os diferentes participantes”.
Este responsável sublinhou ainda que «vir para Lisboa foi uma das melhores decisões tomadas» já que a cidade «tem boa capacidade para assumir este tipo de eventos». De resto, em 2017 o objetivo passa por «fazer crescer a Web Summit em numero de participantes e infraestruturas».
Na realidade, quando questionado sobre se haveria ainda espaço para crescer, numa conferência que começou por ter apenas 400 participantes, Cosgrave assegurou que «sim» e lembrou que o Parque das Nações «tem outros espaços que podem ser aproveitados» e capacidade «para acolher até 80 mil pessoas». Sendo assim, «não há razão para limitar o crescimento da Web Summit».
E em jeito de brincadeira disse: «Não queremos competir com o Papa, em termos de dimensão e escala de eventos, mas há espaço para crescer.»
Uma das apostas para este ano passava por aumentar o numero de mulheres presentes na conferência: «No ano passado, cerca de 20% dos participantes eram do sexo feminino; este ano, esse numero atingiu os 42% naquilo que foi uma grande vitória.”»
Diz Cosgrave que a ideia é também “«eixar o exemplo para outras conferências de tecnologia e empreendedorismo, onde a audiência é ainda muito masculina». O criador da Web Summit assumiu que em 2017 «gostava de ver esse numero crescer ainda mais» mas tem consciência de que essa será «uma tarefa difícil de conseguir».
No que diz respeito ao input financeiro gerado pela Web Summit, Paddy Cosgrave adianta que «o estimulo económico será, certamente, enorme», mas diz acreditar que «apenas o Governo português poderá falar de números concretos».
Já no que toca ao impacto para o tecido empresarial português, esse impacto só poderá ser medido a 10 anos. Antes disso, Paddy diz que «é precoce falar».
Questionado sobre o fato de o evento poder ficar desvirtuado por ser de startups e empreendedorismo mas contar já com uma forte comunidade de multinacionais, Cosgrave diz não acreditar: «Quando começámos, 60% dos participantes eram startups; o facto de essa realidade ter mudado é muito positivo porque dá oportunidade às startups de interagir e criar redes de negócio com grandes multinacionais que podem vir a ser suas clientes, por exemplo».
Sucesso espetacular
Marcelo Rebelo de Sousa também marcou presença no ultimo dia da Web Summit para considerar o evento «um sucesso espetacular». Na opinião do Presidente da Republica, esta conferência «é uma oportunidade única para pôr o mundo cá e colocar Portugal no mundo».
Durante os cerca de 30 minutos que duraram a visita, o chefe de estado aproveitou ainda para falar com algumas startups portuguesas presentes no recinto da feira: «É uma loucura de startups, muitas delas portuguesas, cheias de futuro, ou cheias de passado, já».
Acompanhado de Daire Hickey, co-fundador da Web Summit – a quem deu os parabéns por terem em pouco tempo posto de pé um evento para milhares de pessoas – e de membros do Governo como o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral e o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, Marcelo Rebelo de Sousa teve ainda tempo para discursar em inglês e recordar que «a tecnologia é apenas um instrumento para os valores e que muitos, muitos milhões de pessoas em todo o mundo são deixados para trás nesta revolução imparável ».
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