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Presidente da Microsoft pede convenção de Genebra para a cibersegurança

Publicado em 8 Novembro 2017 por Ntech.news - Cristina A. Ferreira | 1330 Visualizações

O presidente da Microsoft usou o palco da Web Summit para dizer que os Governos devem juntar-de e assumir um papel ativo na definição de mecanismos que ajudem a promover a cibersegurança e a “garantir que os nossos direitos democráticos fundamentais não são atacados e que a nossa propriedade intelectual não é roubada”.

A ideia não é nova e Brad Smith já a partilhou em diversos eventos. Reforçou a convicção em Lisboa, sublinhando que faz sentido criar uma nova convenção de Genebra, com a mesma força dos tratados que garantem direitos humanitários em tempo de guerra, mas dedicada ao mundo digital. A cibersegurança é um dos grandes pretextos para esta necessidade, acredita o responsável, que durante a apresentação citou vários ataques informáticos em larga escala, como aquele que no passado dia 12 de maio atingiu 200 mil computadores em 150 países.

Brad Smith considera que os Governos têm um papel que não podem ignorar a este nível, tal como as empresas de tecnologia, que devem proteger os dados dos seus utilizadores em qualquer circunstância, afirmação que mereceu aplausos da plateia. Estas empresas, acrescentou, têm igualmente a obrigação de investir para desenvolver sistemas fortes.

Os ataques massivos dos últimos meses tornam ainda mais evidente que “não podemos defender-nos das ameaças do presente com armas do passado”, defendeu o responsável, garantindo que a Microsoft está a fazer a sua parte. Admitiu que a missão é complexa e exige tecnologia e engenho para ultrapassar o fator humano, que continua a ser o maior de todos os rastilhos para o sucesso dos ataques informáticos. Brad Smith recordou que 90% dos ataques ainda começam nos emails que as pessoas são tentadas a abrir.

A resposta às ciberameaças, que ganharam escala global, deve passar pelo alinhamento de todas as empresas de tecnologia em torno de princípios e compromissos de proteção da informação. Seja pela reserva dos dados que guardam das pretensões de terceiros, Governos por exemplo, ou pelo desenvolvimento de tecnologia que melhore esse objetivo. Os Governos também têm de se envolver, para garantir uma ordem no mundo digital e definir limites e compromissos que promovam a cibersegurança.

 

A responsabilidade de quem desenvolve tecnologia naquilo que dela se faz também foi tema da intervenção de Pat Gelsinger, CEO da VMWare, que poucas horas antes pisou o mesmo palco. Num altura em que temas como a inteligência artificial estão na ordem do dia, e em grande destaque na Web Summit, o gestor frisou a responsabilidade de quem desenvolve tecnologias em contribuir para garantir que estas são usadas “para o bem”, seguindo fins legítimos e orientados para o benefício de todos os seres humanos.


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