Programa Apps For Good entre os 100 campeões digitais na Europa

O programa português Apps for Good foi nomeado um dos campeões digitais na Europa na categoria de formação tecnológica, uma distinção dada pelo Financial Times no relatório “Europe’s 100 Digital Champions“, elaborado com a participação da Google. A categoria destaca iniciativas educativas que ajudam a superar a “divisão digital” e escolheu o programa lançado há cinco anos pelo CDI Portugal como uma das melhores.
Segundo revelou à Ntech.news o diretor executivo do CDI, João Baracho, já foram desenvolvidas 700 aplicações desde o lançamento do programa, não havendo um número fixo de escolas que participam todos os anos. Na quarta edição do programa, 2017/2018, participaram 2.439 alunos e 399 professores de 168 escolas, números que aumentaram este ano: o Apps for Good está agora em mais de 180 escolas.
O programa abrange jovens entre os 10 e os 18 anos, bem como os seus professores, no desenvolvimento de aplicações móveis ligadas à sustentabilidade. É proposto um novo modelo educativo (em regime curricular ou extracurricular) mais intuitivo, colaborativo e prático, e as apps podem depois evoluir para versões profissionais.
João Baracho explica que as equipas de alunos e professores escolhem 1 de 4 níveis técnicos durante a metodologia de cinco passos do Apps for Good. «O objetivo é que criem soluções – que podem ser protótipos ou apps mais desenvolvidas – que resolvam um problema social, idealmente que se liguem aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas“, adianta o responsável.
Para apoiar no desenvolvimento do projeto, os participantes têm acesso a uma rede de especialistas que se ligam online à sala de aula e prestam apoio.
Há depois uma componente de competição, dos Encontros Regionais ao Evento Final, cujos prémios são dados pelos parceiros do programa e podem incluir o desenvolvimento profissional da aplicação. É o caso da Cook Wizard da Escola Secundária de Nelas, que venceu a primeira edição do evento paralelo App Start Up para equipas de alunos que já participaram nos Encontros Regionais.A aplicação está a ser desenvolvida profissionalmente em conjunto com o DNS.pt, parceiro que patrocinou.
Considerando «uma honra» a inclusão do Apps for Good no ranking do Financial Times, João Baracho indica que as aplicações desenvolvidas têm efeitos concretos. O responsável dá o exemplo da solução “1936″, da Escola Secundária Quinta do Marquês (Oeiras), que venceu o primeiro prémio da 4ª edição. A app veio ajudar o estudo da obra de José Saramago, inserida pela primeira vez no ensino secundário como leitura obrigatória, «e certamente irá beneficiar os próximos alunos que tiverem de estudar o livro.» Também a app “Pensa Antes de Publicar“, vencedora do primeiro prémio da 3ª edição, «surtiu um grande efeito na sua própria comunidade escolar, ao alertar para os perigos de publicar online, e no próprio incentivo na leitura de livros entre as crianças e jovens», afirmou o diretor.
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