Rentabilidade e novas empresas marcam o ritmo da Cilnet em 2018

Se em 2017 João Martins, administrador da Cilnet, anunciava uma mudança de estratégia, em 2018 veio a provar-se que essa mudança foi acertada. João Martins garantiu que não há fórmulas inquinadas que levem aos resultados pretendidos, mas sim uma pré-disposição da empresa, no seu todo, para uma transformação que vá ao encontro das necessidades de crescimento e de consolidação. Uma mudança em prol da rentabilidade, porque era este o principal catalisador da transformação que há um ano João Martins anunciava, a par e passo com a entrada de um novo acionista, a Findmore.
Uma estratégia vencedora poder-se-á dizer, já que a rentabilidade da empresa cresceu 23%, ou seja, além do que estava inicialmente previsto. «Fomos mais criteriosos na ida aos negócios, mas não deixámos de fazer negócio», assumiu o administrador da empresa. Prova disso é o crescimento nos resultados operacionais (EBITDA) de 16%, para os 665,113 euros. «Criamos riqueza no ano e geramos riqueza para o futuro», acrescentou João Martins.
Eduardo Matos, administrador com a pasta financeira, explicou que as perdas na faturação, cerca de 1,686 milhões de euros (10%) e o decréscimo na venda de produto em 19% deram lugar a ganhos de 700 mil nos serviços (+13%), o que permitiu garantir a rentabilidade, não sendo necessário reduzir a estrutura de custos como é normal acontecer na procura incessante das organizações pela rentabilidade. A estrutura de custos da empresa acabou também por crescer 4%, com o reforço do capital humano a destacar-se e a crescer 12%. A empresa tem uma equipa com 70 pessoas.
O foco nos serviços é e continuará a ser estratégico para a empresa, e será neste sentido que o mercado terá de evoluir se quiser continuar a prosperar. «Se continuarmos a acreditar que venderemos da mesma forma que há quatro anos atrás algo não vai funcionar», alertou João Martins. De acordo com este responsável, as empresas devem rever o seu posicionamento e o caminho que lhes permitirá estar no mercado a médio longo prazo, caso contrário será difícil sobreviver. O desenvolvimento da área de serviços geridos e a diluição da faturação da venda por vários anos dá margem para a rentabilidade e abre caminho à inovação, já que os serviços geridos da Cilnet acrescentam diferenciação às soluções dos fabricantes com quem trabalham. João Martins garante que também aqui a estratégia da Cilnet é pensada ao pormenor, aplicando-se uma fórmula de diferenciação que alia tecnologias especificas de dois ou três fabricantes e o know how dos serviços geridos Cilnet. «Não somos agnósticos em termos tecnológicos, porque o IT tem de ser diferenciador», afirmou João Martins.
E 2018?
A rentabilidade é para manter acima dos 20%, disso não parece haver dúvidas do lado do board da Cilnet, e crescer e expandir são dois objetivos que já definiram para o exercício de 2018. A expansão internacional deverá ser concretizada com uma aposta no nearshore de serviços geridos e segundo Miguel Borges, administrador por parte do acionista Findmore, já tem destinos identificados, como a Suíça, o Reino Unido, a Espanha e outras paragens do Norte da Europa. De acordo com este responsável, a Cilnet vai procurar parceiros para disseminar a sua cultura de serviços geridos, uma vez que não pretendem hostilizar o mercado.
A par da expansão internacional, a Cilnet programou para este ano uma aposta forte em duas áreas estratégicas que são a segurança e a virtualização. Esta aposta vai materializar-se na criação de duas empresas, prometendo mais novidades para o mês de abril, altura em que João Martins espera apresentar a nova empresa ligada à área da virtualização, que dará especial atenção à virtualização do desktop, não descurando toda a componente de negócio que já existia ao nível da virtualização de data center. «Esta empresa irá proporcionar mais rentabilidade direta e vai permitir melhorar os serviços geridos, tornando-os mais eficientes e simples», sustentou João Martins.
Quanto à segurança, a dificuldade de crescer organicamente numa área em que a venda é muito técnica e muito apoiada na confiança, levou o board a Cilnet equacionar a compra de uma empresa nesta área, concretização que poderá estar para muito breve. Sem desvendar pormenores, João Martins apenas sublinhou que as negociações que poderão estar a decorrer não incluem a portuguesa Layer 8, mas que permitirão criar uma empresa que será referência ao nível da cibersegurança.
Com esta estratégia de ramificações na sua “SGPS”, João Martins diz que será possível manter o espirito startup dentro da empresa. «Criar empresas é um caminho, mas a Cilnet terá a participação maioritária», referiu o administrador.
Novidades deverão surgir também na área de IoT, na qual João Martins disse estarem em análise os vários cenários de aposta, nomeadamente a criação de um novo departamento para gerir esta área, desenvolver negócio e criar sinergias a todos os níveis, nomeadamente com as universidades.
O crescimento da área de desenvolvimento aplicacional, onde o grande desafio será encontrar recursos especializados, e a consolidação e crescimento da oferta de serviços cloud são outras metas que foram definidas pelo board da Cilnet para o corrente exercício. «Acreditamos que com esta abordagem vamos continuar a crescer e a gerar rentabilidade», concluiu João Martins.
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