«Sage Business Cloud suporta futuro do negócio nas empresas»
Stephen Kelly, CEO da Sage

A entrada das empresas na nuvem domina a estratégia Sage nos próximos tempos, sempre suportada na grande aposta que é a oferta Sage Business Cloud.
Em entrevista ao Ntech.news, Stephen Kelly, CEO da Sage explicou que a empresa vai também trabalhar tudo o que tem a ver com a adaptação das organizações às novas regras do Regulamento Geral de Proteção de Dados. E aqui «há ainda muito trabalho pelo grande desconhecimento que se percebe».
Os clientes, os parceiros e a equipas internas são os asset mais importantes da Sage que tem no escritório português um dos mais bem sucedidos globalmente: «A par de Espanha, representam 10% das nossas receitas globais.»
Ntech.news – Quais os pilares estratégicos da Sage?
Stephen Kelly – Nós olhamos para o futuro como sendo claramente “Powered by Sage Business Cloud”, através da qual conseguimos assegurar uma automação completa do negócio dos nossos clientes. Ao mesmo tempo, oferecemos segurança, compliance do negócio e digitalização total das áreas de negócio. A ideia é tornar tudo mais ágil para os nossos clientes e, se o conseguirmos, estimamos que estaremos a ajudá-los a poupar, em média, alguns dias de trabalho por ano em funções menos proveitosas, o que será uma enorme mais-valia para eles mas também para os países.
Essa é a nossa missão e criámos uma plataforma espetacular – a Sage Business Cloud. Em Portugal, tudo o que estamos a fazer é a mover-nos para a cloud e aqui, particularmente, acredito que a Sage está à frente da sua concorrência.
Mas as empresas portuguesas já são cloud driven?
S.K. – Não. São ainda muitos os clientes portugueses que trabalham em desktop e, portanto, em software on-premise; claro que vamos continuar a suportá-los, mas queremos também que eles saibam que, no momento em que estiverem prontos para migrar para a cloud, a Sage também está pronta para os ajudar.
Somos um dos fornecedores cloud que mais cresceu no último ano. O Gartner e outros analistas de mercado são os próprios a estimar que estamos à frente da concorrência nesta área. Em Portugal, estamos a ver já um enorme interesse na migração dos nossos clientes para a Sage Business Cloud.
Outro dos vossos pilares estratégico este ano é o RGPD. O que estão a fazer?
S.K. – Sim, neste particular estamos muito confiantes com o trabalho que temos vindo a fazer. Somos muito fortes em termos de compliance quando se trata das diferentes alterações de impostos, e claro, agora temos o maior de todos os desafios que é a mudança trazida pelo RGPD.
Surpreendentemente, fizemos um grande estudo entre os nossos clientes e qualquer coisa como 67% deles ainda não ouviram falar do RGPD e nem sabem o que pode significar para os seus negócios. Então acredita-mos que aqui a Sage tem uma enorme responsabilidade em termos de comunicar o que significa o RGPD e certificar-se que todos os clientes estão a respeitar as suas regras.
Esta é, por isso, outra área onde vai existir uma boa oportunidade para nós, nomeadamente ao nível dos contabilistas que devem estar muito atentos ao RGPD, ter os produtos certos para se manterem seguros e também que têm os contratos pensados e desenhados tendo em conta a protecção de dados dos seus clientes, empresar e todas as pessoas com as quais lidam.
Mas o que estão, efetivamente, a fazer?
S.K. – Por exemplo, estamos a disponibilizar ações de formação para os nossos clientes sobre temas relevantes neste campo da regulação. A nossa missão é “fazer acontecer” com os negócios em Portugal.
Líderança do mercado
Como vê a Sage em Portugal?
S.K. – A Sage é líder de mercado em Portugal onde temos vários milhares de clientes e onde ganhamos novos clientes com regularidade. Acho que a essência da Sage em Portugal são as pessoas que servimos e que vão desde as startups, PMES, até às grandes contas. Sabemos que são empresas críticas para a economia nacional e que criam milhares de empregos, nomeadamente os pequenos empreendedores com os quais passamos muito tempo.
A grande maioria dos clientes atualmente em Portugal são tipicamente utilizadores desktop mas o futuro passa pela cloud e, também por isso, nós investimos na Sage Business Cloud, já disponível no mercado português através do Sage 50 Cloud, Sage 100 Cloud e do Sage for Accountants.
Poe tudo isto, estamos muito entusiasmados com aquilo que estamos a fazer em Portugal e a nossa performance facilmente se reflete aqui através da paixão que temos pelos clientes. Portugal é um dos nossos países com melhor desempenho, com um crescimento de dois dígitos. E isso também se reflete na percentagem associada à satisfação do cliente com os nossos produtos que, em Portugal, anda na casa dos 40%, quando em todo o mundo a média são 20%. Portugal é duas vezes mais alto em termos de net promoter e um dos países com maior crescimento.
Portanto, a performance portuguesa é boa…
S.K. – Sem duvida nenhuma. Portugal é um dos nossos países com maior crescimento em todo o mundo.
Como é que os vossos clientes definem a Sage?
S.K. – “Confiança” é a palavra usada pelos nossos clientes para definirem a Sage. A empresa permite-lhes expandir o negócio e, na mesma medida, migrar para soluções e produtos mais sofisticados e que conseguem lidar com uma maior complexidade do próprio negócio, calmamente.
A nossa mensagem para os nossos colaboradores também passa muito por aqui, ou seja, tornar os clientes funcionais, saber o que precisam, cuidar deles da melhor forma. Esta é a nossa missão e, para sermos sinceros, é algo com o qual nunca estamos satisfeitos, queremos sempre mais; ser campeões da Europa em Portugal, por exemplo, não só no futebol, mas também ao nível do negócio Sage.
Acreditam que os vossos clientes já estão preparados, em Portugal, para a transformação digital e para esta caminhada para a cloud?
S.K. – Ainda não totalmente. Por exemplo, mais de 67% dos clientes em Portugal não sabiam o que era o RGPD, segundo dados do nosso estudo. Isto mete bastante medo e eu acho que a Sage tem uma grande responsabilidade em comunicar com os seus clientes, formá-los e certificar-se que eles têm os produtos certos.
Tudo vai começar lentamente, mas, neste momento o que temos mesmo de fazer é comunicar. Claro que o processo está apenas no início, mas em termos do que diz respeito à regulação há sempre preocupações que devem ser cumpridas. Portugal é uma nação altamente digital.
Portugal digital
Acredita mesmo que Portugal é um país altamente digital?
S.K. – Sim. Por exemplo, nós sabemos que são utilizados milhares de devices aqui em Portugal com milhões de consumidores em milhares de negócios. O nosso desafio neste campo é conseguirmos que a tecnologia Sage seja automatizada, mas, ao mesmo tempo, mais engraçada e fácil de utilizar por todos os empreendedores.
Queremos que a tecnologia Sage seja tão fácil de utilizar por eles como são as apps tradicionais de consumo, comuns na sua vida, como o Facebook, o Instagram ou o Twitter.
Portugal pode ser um bom mercado para testar novos produtos Sage?
S.K. – Absolutamente. Acredito que Portugal é um país muito especial; é um dos países mais bem-sucedidos na Sage em termos de performance e desempenho; Espanha e Portugal juntos representam quase 10% das nossas receitas mundiais.
Penso que fazer teste de novos produtos, marketing de ideias e novas campanhas em Portugal é uma boa ideia que estamos já a tentar desenvolver e implementar.
Segurança é sempre um tópico complicado quando se fala na cloud. É o que tem impedido as empresas de fazerem esta mudança para a nuvem?
S.K. – Acho que tem razão: parte deste atraso tem a ver com questões culturais, outra parte com a falta de awereness, uma parte com algumas reservas em torno da segurança, outra parte será a capacidade de se familiarizar com estas coisas que devem rapidamente tornar-se um hábito. Na verdade, é um pouco de tudo isto.
Mas acho que agora com a nossa Sage Business Cloud estamos mais confiantes que podemos ser o parceiro certo das empresas nesta caminhada. Na verdade, sob o ponto de vista da segurança, a cloud será, provavelmente, ainda mais segura do que a opção tradicional, porque nós trabalhamos com as melhores tecnologias e investimos milhares de dólares nesta área da segurança ao nível do produto.
Com o tempo, os clientes vão acabar por perceber isso mesmo, mas, lá está, demora o seu tempo; não é de um dia para o outro, claramente.
O que está a Sage a fazer, em termos internos, para se tornar ainda mais digital neste novo mundo?
S.K. – Recorremos também ao Sage Business Cloud para gerir o nosso próprio negócio internamente e somos um dos nossos maiores clientes. O nosso CFO é um dos nossos clientes mais exigentes o que é bom para nós.
A verdade é que temos orgulho dos nossos produtos e os utilizamos internamente. E acreditamos também que, desta forma, os nossos clientes beneficiam das melhorias que fazemos.
E qual é a importância dos parceiros no negócio Sage?
S.K. – Hoje em dia, 80% do nosso negócio vem do trabalho com parceiros em Portugal e queremos que esse valor cresça ainda mais. Queremos os nossos parceiros na Sage Business Cloud também. Trabalhamos com os parceiros em certificação, formação, suporte, ajudamos a entender a cloud e suas vantagens, etc.
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