Samsung pode destronar Intel no mercado de semicondutores

A escassez na oferta de memórias e o aumento da procura está a gerar grande turbulência no mercado de semicondutores. Por um lado, os preços estão a subir e a gerar mais receitas. Por outro, é possível que a Samsung destrone a Intel pela primeira vez desde o início dos anos noventa.
Os analistas da Gartner explicam o que está a acontecer num novo relatório, com previsões que apontam para que em 2017 as receitas do mercado de semicondutores ultrapassem pela primeira vez os 400 mil milhões de dólares. A fasquia anterior, dos 300 mil milhões, tinha sido atingida há sete anos. Estes números representam um crescimento do volume de negócios na ordem dos 17% face a 2016, no global do mercado.
«A escassez de memórias está a criar um boom no mercado global de semicondutores», diz Andrew Norwood, vice presidente de pesquisa da Gartner. «Os fabricantes de memórias conseguiram por isso subir os preços para DRAM e NAND, levando a receitas e margens mais elevadas». Assim se explica que só o segmento das memórias vá disparar 52%.
Mas o ano poderá revelar-se histórico também de outra forma. «Como maior fornecedora de memórias, a Samsung Electronics deverá ganhar mais que as outras», explica Norwood. «Isto dá à Samsung a melhor oportunidade de tirar a liderança à Intel pela primeira vez».
Se acontecer, é histórico. A Intel chegou a número um em 1992, relegando a NEC para a segunda posição, e nunca mais perdeu a liderança. A Samsung ganhou essa posição de número dois em 2002, e solidificou-a desde então.
“O que o mercado das memórias dá, também tira”, avisa Norwood. «A bolha das memórias deverá rebentar em 2019, à medida que os fabricantes aumentam a oferta, e a Samsung pode perder muitos dos ganhos que fizer este ano e no próximo».
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