Scrum traz competitividade às organizações
Ao permitir uma maior adaptabilidade das empresas, o framework Scrum reforça a sua competitividade no mercado e assegura a sua sobrevivência. A garantia foi deixada por Rafael Sabbagh, certified Scrum trainer e proprietário da Knowledge21 que esteve em Portugal para dirigir duas ações de formação Scrum Master (no âmbito da parceria entre a sua empresa e a Ambithus Consulting).
Em entrevista ao Ntech.news, este especialista adiantou ainda que o uso do Scrum e do Agile está a ganhar força em Portugal embora o país se encontre ainda atrás de outros como Inglaterra e Irlanda. A par de alguns desafios estruturais e mais técnicos, o grande trabalho a fazer nas organizações para uma adoção plena deste tipo de framework passa pela difícil mudança cultural.
Ntech.news – Como vê a metodologia Scrum e qual a sua mais-valia?
Rafael Sabbagh – O Scrum é, na verdade, um framework que se está a tornar a forma mais popular para o desenvolvimento de produtos digitais. E, aos poucos, a sua utilização começa a migrar para outras áreas das organizações. Recorde-se que o Scrum faz parte de um conjunto de métodos e frameworks chamados Agile.
Num mercado complexo e de mudanças constantes, não vence o maior ou o mais rápido. Ao invés disso, vence aquele que melhor se adapta. Ao trazer uma alta capacidade de entrega, com alta frequência e ao alimentar com feedback de utilização o trabalho, o Scrum e o Agile levam adaptabilidade às organizações, algo hoje em dia tão necessário para garantir a sua competitividade e, até mesmo, a sua sobrevivência.
Essas mais-valias já são percebidas pelas organizações?
Cada vez mais, e isso justifica a busca quase frenética que vemos no mercado por formações e pela “Transformação Ágil”. Ao ver os seus concorrentes, muitas vezes pequenas startups, a responder mais rapidamente às necessidades de seus clientes e a ganhar em competitividade, as grandes organizações procuram a transformação.
É uma metodologia amplamente implementada na Europa e, nomeadamente, em Portugal?
Alguns países da Europa estão mais à frente do que outros; por exemplo, Inglaterra e Irlanda têm uma história mais longa com Scrum. Portugal está um pouco atrás, pois demorou algum tempo até seguir esse caminho. Mas, com a crescente recuperação da crise e o estímulo ao desenvolvimento de novos negócios em startups, o uso do Scrum e do Agile está a ganhar um grande e necessário impulso em Portugal.
Quais os principais desafios que uma empresa enfrenta ao implementar Scrum?
Especialmente em grandes organizações são desafios estruturais, técnicos e de alinhamento do negócio. Mas acredito que o maior desafio é, quase sempre, a grande e necessária mudança cultural. Com o Agile, as pessoas deixam de ser vistas como máquinas ou como engrenagens e passam a ser tratadas como pessoas que interagem para resolver problemas e gerar valor.
Existem profissionais em número suficiente para dar resposta às necessidades do mercado?
Não, mas há muita procura por formações. Acredito que isso se resolverá com o tempo e com a prática desses profissionais.
Diz então que a formação em Scrum tem sido procurada pelos profissionais?
Sem dúvida. Em alguns países mais que outros, mas a procura é sempre grande. Nos Estados Unidos isso é notório. E temos praticamente todas as nossas turmas cheias no Brasil.
Como aceder a este tipo de formação?
Para a formação Scrum, a Scrum Alliance é a organização de maior reconhecimento na área. Trata-se de uma ONG americana com atuação global que conta com a filiação de várias organizações e formadores, como eu, que realizam as formações oficiais.
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