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Sector financeiro português atrasado na adoção de cloud

Publicado em 24 Janeiro 2023 | 511 Visualizações

As dificuldades na modernização do parque aplicacional e a escassez de recursos humanos estão a atrasar o ritmo de adoção de serviços cloud nas empresas do sector financeiro em Portugal. A migração dos sistemas legacy é uma das grandes dificuldades das empresas, com muitas admitirem que dois terços do orçamento atual é direcionado à manutenção de estruturas mainframe: contratos, parques aplicacionais e sistemas.

A conclusão consta do estudo Adoção Cloud no Setor Financeiro em Portugal, que teve em conta as respostas de 15 entidades financeiras, entre bancos e seguradoras, e que se realizou entre abril e dezembro do ano passado. 

À pesquisa da NTT Data, 95% das entidades inquiridas assumiram estar a avaliar a adoção de serviços cloud e só 5% já descartaram a intenção de investir na cloud, a curto ou médio prazo. Ainda assim, os dados apurados para Portugal, em linha com os indicadores do Eurostat que colocam as entidades a operar em Portugal 9% abaixo da média europeia (36% vs 45% em 2021), mostram que a adoção de soluções cloud é mais lenta em Portugal. 

A dimensão pequena ou média da esmagadora maioria das empresas portuguesas poderá contribuir para explicar esta diferença. Em algumas situações, a dimensão mais pequena das empresas em Portugal pode fazer com que a migração de serviços para a cloud não se justifique, acredita-se. 

Nas empresas de maior dimensão a diferença é mínima, na comparação com o resto da Europa, e verifica-se que 71% das grandes organizações já utilizam serviços cloud, em linha com a média da UE, que é ainda assim ligeiramente superior. 

Numa perspetiva mais geral, a maioria das inquiridas vê a cloud como uma opção credível para a transformação dos seus sistemas, independentemente da dimensão da instituição e dos diferentes níveis de adoção. Mais de metade (64%) vê na modalidade cloud uma opção tecnológica estratégica, 24% olham para o tema ainda numa perspetiva de estudo e provas de conceito e 12% antecipa a aposta na cloud apenas como solução para projetos específicos.   

Ainda assim, 76% das entidades que investiram em cloud já têm entre 10% a 40% dos seus processos suportados em cloud, enquanto 18% já têm mais de 40% das suas aplicações na cloud. Mais de metade das empresas que recorrem a serviços cloud fazem-no para suportar processos de negócio, 47% para gerir sistemas não core e 18% para apoiar ambientes não produtivos. 

Entre as maiores oportunidades identificadas pelas empresas sobre a transição para a cloud destacam-se a elasticidade da infraestrutura, a possibilidade que oferece de manter as empresas alinhadas com as mais recentes inovações tecnológicas, ou o facto de facilitar o controlo de custos, graças ao modelo pay-per-use.  


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