Sophia: A robot que está a “evangelizar” o mundo para a inteligência artificial
Não veio pelo próprio pé, mas Ben Goertzel, chief scientist da Hanson Robotics, garante que ela vem mais inteligente. Ainda assim, na conferência de imprensa, a faladora Sophia que subiu ao palco principal da Web Summit esteve mais contida , digamos introspetiva, e interagiu muito pouco com os jornalistas, que estavam à espera de mais.
Já o seu criador passou todas as mensagens que trazia. Entre as melhorias introduzidas na capacidade cognitiva da Sophia e a cada vez maior abrangência da plataforma SingularityNet. Ben Goertzel lá foi explicando que a Inteligência Artificial será cada vez melhor quanto maior for a colaboração promovida em rede e o intercâmbio de experiências neste ecossistema de inovação em IA centralizado que se está a construir com a SingularityNet. O cientista diz que foi precisamente neste projeto que esteve a trabalhar no último ano e meio, a criar uma espécie de Marketplace na cloud onde os cientistas podem partilhar experiências e solicitar conhecimento sobre Inteligência Artificial, e todo o software que a Hanson Robotics utiliza no desenvolvimento dos seus robots. A versão beta da plataforma da SingularityNet deverá estar disponível em fevereiro.
Soluções de IA para o mercado empresarial
No seguimento destes desenvolvimentos, Bem Goertzel explicou também que foi pensada uma solução para ajudar as empresas/organizações a desenvolverem os seus projetos de IA. . Na prática trata-se de uma nova empresa, a SingularityStudio, que funcionará como uma unidade que disponibilizará produtos de IA para clientes corporativos. «Com a SingularityStudio vamos criar e disponibilizar produtos de Inteligência Artificial que poderão ser utilizadas pelas empresas, independentemente do sector de atividade», referiu Ben Goertzel.
Ainda há muito para evoluir
De acordo com a robot Sophia, «a Inteligência Artificial não é só a grande tendência tecnológica. É uma realidade», no entanto ainda há muito para evoluir. Os temas relacionados com a inteligência artificial acabam sempre por remeter a sociedade para os robots e, consequentemente para as questões sociais e éticas que daí poderão surgir. Em resposta a algumas questões dos jornalistas, Bem Goertzel admitiu que não há razões para ter medo da Inteligência Artificial, mas que é preciso «estarmos atentos e conscientes das dúvidas que ainda existem nesta área». Depois da Arábia Saudita, Ben Goertzel diz que está a testar com o governo de Malta a criação de uma cidadania para robots, desta vez num regime democrático. «A Sophia ainda não esta no nível de inteligência que queremos, mas está a melhorar cada vez mais rápido e à medida que o software vai evoluído vai ficando mais esperta». A Sophia é, por assim dizer, um exemplo de como se deve conduzir a aprendizagem de um robot ao nível de sentimentos, comportamentos e valores. O objetivo será provar que a Inteligência artificial é uma coisa boa, «se utilizada para o bem», sublinha Goertzel.
Altice justifica silêncio de Sophia
Altice Portugal admitiu em comunicado que houve problemas na ligação à Internet durante a conferência de imprensa, e que “calaram a Sophia. «A robot Sophia utiliza Internet fixa, tendo-se tratado de um problema de conexão fixa ao computador portátil que opera a robot, durante a conferência de imprensa”, justificou a operadora.
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