Startup do Porto iLof angaria 5 milhões de dólares

A startup portuguesa iLof conseguiu captar um investimento de 5 milhões de dólares, junto de investidores. A empresa, que nasceu com o objetivo de «democratizar o acesso à medicina personalizada para milhões de pessoas que vivem com doenças complexas», vai usar este valor para continuar a desenvolver a sua plataforma inteligente, enriquecê-la com mais dados e construir uma biblioteca de perfis biológicos.
A iLof quer criar uma base de informação que possa ser explorada por físicos, biólogos e cientistas de dados, para ajudar a descobrir novas formas de desenvolver tratamentos personalizados e identificar perfis biológicos que possam salvar vidas.
Quando robustecer esta plataforma, pretende pô-la ao serviço dos pacientes, para permitir a triagem e o diagnóstico mais rápido e preciso de doenças. «A plataforma da iLof faz uso de uma ampla gama de sinais óticos, criando assim assinaturas ricas do conjunto de partículas em amostras biológicas, que são depois convertidas em réplicas biodigitais», explica a empresa.
Estas réplicas superam largamente os limites tradicionais da análise bioquímica, porque podem ser reanalisadas um número potencialmente infinito de vezes, o que vai acelerar a pesquisa de novos padrões moleculares e clínicos e potenciar o desenvolvimento de novas terapêuticas eficazes.
A startup do Porto já trabalha com várias empresas dos sectores farmacêutico, biotecnológico e clínico. Com o capital angariado quer acelerar os pilotos em marcha e acolher novos, para agilizar o desenvolvimento da plataforma. Para concretizar este objetivo, a equipa de cerca de 20 pessoas também vai aumentar. O plano é contratar mais 20 colaboradores, entre perfis de física, ciência de dados, biologia e gestão de produto.
«Durante anos, os tratamentos foram desenvolvidos com a suposição de que funcionam para todos. No entanto, cada pessoa é diferente e, para muitas doenças graves, como Alzheimer, vários fatores podem contribuir para a eficácia de um tratamento», explica Luís Valente, cofundador e CEO da iLof.
A startup acredita que pode contribuir para encontrar novas respostas, eficazes para diferentes variantes, capturando grandes quantidades de dados para criar cópias digitais de perfis biológicos e subtipos de doenças, que armazena na sua biblioteca digital e que são trabalhados com recurso a tecnologias de inteligência artificial.
«Diferentes perfis de pacientes poderão assim ser selecionados e rastreados pela plataforma, acelerando o desenvolvimento de tratamentos eficazes e personalizados, e permitindo ensaios clínicos mais humanos e centrados no paciente», antecipa a empresa.
Esta nova ronda de financiamento foi liderada pela portuguesa Faber, mas contou também com a participação de outros fundos de investimento, como a norte-americana M12 (da Microsoft), vários fundos europeus e business angels. A iLoft já tinha conseguido angariar outros 3 milhões de dólares em rondas anteriores.
Além de Luis Valente, empreendedor nomeado Forbes 30 under 30 for Science and Healthcare, a iLof foi fundada por Mehak Mumtaz, Bioquímica de Oxford Ph.D. e Paula Sampaio, cientista sénior e coordenadora da Plataforma Portuguesa de Bioimagem.
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