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Startups portuguesas nos palcos da Web Summit procuram mais que investimento

Publicado em 10 Novembro 2016 | 1441 Visualizações

As duzentas vagas para chegar a um dos três palcos da Web Summit dedicados a apresentações são concorridas. As empresas portuguesas que lá chegaram não procuram necessariamente investimento.

Mais de trinta startups portuguesas subiram ao palco para apresentar os seus projetos nos dois primeiros dias da Web Summit. Na lista há uma repetente, a Cuckuu, que volta a mostrar uma aplicação móvel que permite criar, partilhar e animar alarmes.

Todas as outras empresas escolhidas para fazer um pitch e participar num concurso que percorre os três dias do evento e termina na quinta-feira, no maior palco da conferência com os três finalistas a mostrar o que valem, têm aqui a sua primeira oportunidade de fazer uma apresentação na Web Summit.

Nesta lista estão vários nomes que já em 2015 estiveram em Dublin, mas garantindo apenas um espaço de exposição no evento, como a Displr, a Yclient ou a SPEAK.

Este ano voltam a garantir um lugar nos stands que se distribuem por três pavilhões da Feira Internacional de Lisboa mas também sobem ao palco para mostrar a sua proposta de negócio a potenciais investidores, ou apenas para dar a conhecer o novo projeto.

Uncloset

É o caso da Uncloset, Rui Rapazote, CMO e cofundador explica ao Ntech.News que a startup chega à conferência a fechar uma ronda de investimento que não passou pela exposição no evento. Ainda não pode revelar valores, só diz que o investidor é uma grande empresa norte-americana.

A Uncloset criou uma plataforma online para aluguer de malas de senhora de marcas de luxo. Alinhou a participação no evento com o lançamento da loja online no Reino Unido, o mercado que escolheu para se estrear mas em mente tem outras geografias que não passam por Portugal.

Arranca com 250 modelos de malas, de cerca de 15 marcas de luxo e propõe às clientes uma subscrição mensal de 149 libras, que garante a possibilidade de trocar de mala uma vez por mês sem pagar mais nada, incluindo portes de envio.

O preço pode parecer elevado, mas Rui Rapazote garante que representa 7 a 10% do preço médio das malas disponíveis na loja. Os donos da Uncloset estão há cerca de quatro anos no mercado, onde têm trabalhado na distribuição de produtos de moda para lojas em 2ª mão.

Neste circuito B2B (Business to Business) já distribuem para mais de 20 países. A experiência deu-lhes contactos com fornecedores e noção de como funciona o mercado e agora decidiram arriscar na nova proposta.

Doinn

A Doinn é outra estreante nas andanças da Web Summit. Começou a desenvolver a sua plataforma online de serviços para proprietários que alugam casas em sites como o Airbnb há pouco mais de um ano e já angariou 700 apartamentos, a quem oferece serviços de lavandaria, limpeza ou check-in, por exemplo.

A ideia é facilitar a vida aos proprietários que precisam com frequência de quem realize estas tarefas e que assim podem encontrar resposta num único local. Quando pagam à Doinn a empresa retém uma comissão e paga aos parceiros.

Os passos seguintes passam por continuar a fazer crescer a base de clientes em Lisboa, onde a startup já chega a 12% do alojamento local arrendado por particulares, garante Rodrigo Tejana, CMO da empresa. O Porto é a próxima paragem da Doinn, que também já lançou o serviço em Paris. Nos próximos meses quer chegar a Barcelona e a Amesterdão, uma estratégia de expansão que segue os mercados mais relevantes da Airbnb, com quem a startup portuguesa já fez algumas parcerias pontuais. Uma acontece agora, para ajudar os utilizadores do site a gerir de forma mais eficaz a maior procura de alojamento na capital, motivada pela Web Summit.

A procura de investimento não foi a principal razão para que a Doinn viesse à Web Summit, mas se os interessados surgirem os responsáveis estarão atentos às propostas.

eGuru

Acontece o mesmo com a eGuru, que chega ao evento com uma plataforma acabada de criar, atualmente em fase de testes.

Guilherme Farinha, business developer do projeto, explica que a oportunidade de participar na Web Summit e fazer um pitch no evento serve sobretudo para atrair a atenção para o projeto, de quem possa partilhar ideias e conhecimento sobre a melhor forma de levar ao mercado o conceito que a eGuru desenvolveu.

A empresa criou uma espécie de Uber para a entrega de encomendas. A sua plataforma vai permitir a quem lhe interesse registar-se para fazer serviços de entregas. Do outro lado estarão clientes particulares ou empresas, que precisem de serviços mais flexíveis que os que já existem hoje para enviar ou receber encomendas.

Guilherme Farinha garante que haverá cuidado na verificação dos candidatos a fazer entregas e seguros que previnem perdas ou danos nos objetos transportados. O serviço vai chegar ao cliente através de uma aplicação, que permitirá acompanhar o percurso da encomenda, falar com quem realiza o serviço e, mais importante, definir o melhor momento para a receber, numa lógica de conveniência. A plataforma está em testes. A versão final será lançada em janeiro do próximo ano. Lisboa será a primeira cidade a poder experimentar o eGuru.

 

Na lista de empresas portuguesas que subiram aos palcos da Web Summit nos primeiros dias de evento também estão AddVolt, Agroop, Bondlayer, Casas em Movimento, Catxy, ClicInvest, eSolidar, GFoundry, Helppier, Heptasense, Landing.jobs, Lapa, Magnomics, Monday, NU-RISE, P55, Petable, Porter, Pro-Done, Sensei, Thoughts Feels Good, Tradiio, Tripaya, Weezzi, Wildsmile, WiseCrop, Wizdee e Zaask.

Cerca de 200 projetos garantiram este ano lugar nos três palcos da Web Summit dedicados a apresentações de startups. Só três, a melhor de cada palco, vão chegar à batalha final que tem lugar no ultimo dia do evento, no palco principal.


Publicado em:

Startups

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