Telecom, energia e transportes: alvos preferenciais de ciberataques nos próximos tempos
Nos próximos meses o risco de ataques informáticos a infraestruturas críticas na União Europeia tende a agravar-se, de acordo com as previsões da empresa especialista em cibersegurança S21Sec.
Numa nota que acaba de divulgar, a empresa sublinha que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia também se faz pela via digital, com ciberataques, e que essa ameaça é particularmente relevante em alguns sectores críticos da economia. Primeiro na Ucrânia, mas a prazo cada vez mais também nos países aliados.
Os sectores da energia, telecomunicações, transportes e Infraestruturas críticas são, segundo a análise da S21Sec, aqueles que correm riscos mais sérios de serem visados por ataques nos próximos tempos.
«Existe a suspeita de que iremos assistir a um aumento dos ciberataques dirigidos a países da União Europeia e outros países pertencentes à NATO», destaca Hugo Nunes Team Leader de Threat Intelligence na S21sec Portugal.
A empresa antecipa ataques com recurso a táticas ofensivas cibernéticas que permitam retaliar sobre sectores vitais da economia dos países que têm dirigido sanções à Rússia, tendo sobretudo como alvos empresas de países da União Europeia, Canadá ou Estados Unidos da América. A liderar estes ataques vão estar grupos de cibercriminosos ou agências de inteligência, acrescenta-se. Os grupos vinculados à Rússia, nomeadamente dedicados à Ameaças Persistentes Avançadas (ATP) são como, destaca a S21Sec, «verdadeiras organizações multidisciplinares, com ferramentas de hacking atualizadas e com um nível técnico elevado».
A S21Sec recorda que as ciberarmas têm sido usadas historicamente pela Rússia nos diferendos com a Ucrânia, apontando para os ataques russos que em 2014 bloquearam os sistemas de telecomunicações na Crimeia.
Nos dois anos seguintes é também atribuída à Rússia a autoria de ataques informáticos à rede de energia elétrica da Ucrânia e em 2017 disseminou-se o famoso NotPetaya, que acabou por se alastrar a todo o mundo.
A empresa refere ainda que nas análise que tem feito no terreno já conseguiu confirmar diversos ataques com malware do tipo Wiper, dirigido a instituições ucranianas. Este tipo de malware está desenhado para destruir os sistemas que afeta ou eliminar os dados que contenham.
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