Tendências 2023: Cibersegurança continuará a ser desafio de peso para as empresas

As perspectivas para o próximo ano em matéria de cibersegurança são pouco animadoras. Espera-se um «aumento contínuo e acentuado a nível mundial [de incidentes], impulsionado pelo aumento dos ataques de ransomware e do hacktivismo, mobilizados pelos Estados e impulsionado pelos conflitos internacionais», antecipa a Check Point.
Nas previsões para 2023, a empresa de segurança também defende que as equipas de segurança das organizações irão enfrentar uma pressão crescente, à medida que a falta de profissionais de cibersegurança for aumentado. O Cybersecurity Workforce Study deste ano calculava em 3,4 milhões o número de trabalhadores em falta nesta área.
Os dados deste ano mostram que os cibercriminosos têm concentrado esforços em encontrar meios de tirar partido das infraestruturas e sistemas usados no trabalho remoto e não há sinais de abrandamento da tendência. Assim, continua a ser determinante para a segurança das empresas «consolidar e automatizar as suas infraestruturas de segurança para lhes permitir uma melhor monitorização e gestão das suas superfícies de ataque e prevenir todos os tipos de ameaças com menos complexidade e menor necessidade de recursos humanos», destaca a Check Point.
A empresa prevê que uma das principais formas de atacar ambientes profissionais será através de ferramentas de colaboração, como o Slack, o Teams, o OneDrive ou o Google Drive, recorrendo para isso a esquemas de phishing. «Estas são uma rica fonte de dados sensíveis, dado que a maioria dos funcionários das organizações continuam a trabalhar frequentemente à distância», sublinha-se.
Em 2023, o ransomware continuará a não dar descanso às empresas, pela mão de grupos criminosos mais pequenos e mais ágeis. O hacktivismo e os deepfakes também devem continuar em alta em 2023.
A Check Point lembra que no ano passado os grupos hacktivistas evoluíram de grupos sociais com agendas flexíveis (como os Anonymous), para grupos apoiados por Estados, mais organizados, estruturados e sofisticados. Na mira destes grupos têm estado países como os EUA, Alemanha, Itália, Noruega, Finlândia, Polónia e Japão, uma tendência que vai estender-se a 2023. A tecnologia da Deepfakes deverá também será cada vez mais utilizada para visar e manipular opiniões, ou para enganar funcionários no sentido de cederem credenciais de acesso.
O reforço das medidas legais contra as ameaças de cibersegurança deverá ser outra tendência de 2023. Isso já aconteceu na Austrália, na sequência do ataque à Optus, e a Check Point acredita que outros governos farão o mesmo para reforçar a proteção dos seus cidadãos.
Na sua antevisão para 2023, a especialista em segurança acredita ainda que as medidas que já começaram a ser implementadas no sector automóvel, para proteger os dados dos proprietários de veículos, vão estender-se a mais sectores, com os fabricantes a serem cada vez mais responsabilizados pelas vulnerabilidades nos seus produtos. Esta é aliás uma área onde a Europa tem legislação em marcha.
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