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Transformação digital exige integração

Publicado em 16 Fevereiro 2017 | 1848 Visualizações

Para tirar partido das mudanças que uma digitalização total dos negócios pode potenciar é preciso fazer muito mais do que investir em tecnologia: transformar processos e adaptá-los às necessidades de um mercado, cada vez mais competitivo e a clientes cada vez mais informados e capazes de procurarem proactivamente o que mais lhes convém são chaves para o sucesso. No entanto, enquanto base fundamental de uma operação, gerir adequadamente as plataformas tecnológicas não é menos importante e, num cenário de crescente complexidade tecnológica, o tema assume cada vez maior relevância.

«Depois da transformação digital, vem de forma natural a integração tecnológica. Integração de vários tipos de informação de várias plataformas num ponto de fácil leitura, controlo e interação», defende Duarte Freitas, CEO da Antúrio, que elege como buzzword de 2017 o tema da integração tecnológica.

«Com a big data e a Internet das Coisas a ter cada vez mais relevância, é crítica a integração de toda a informação em tempo útil e de forma estruturada», acrescenta o responsável. Daniel Cruz, territory manager da NetApp Portugal, partilha da mesma visão e também elege o tema da integração como um dos mais relevantes no panorama de TI este ano. «Um dos maiores desafios das empresas passa agora por assegurar a criação de um ecossistema em que a integração de aplicações e serviços permite o acesso e a gestão dos da dos de forma mais simples e intuitiva, potenciando, ao mesmo tempo, a criação de novos modelos de negócio e fontes de receita para as organizações», destaca o responsável.

A consolidação apresenta-se por isso como um dos desafios mais relevantes que as empresas têm pela frente. «Continuamos a ver que não existem recursos suficientes para gerir as várias plataformas, o que leva as empresas a perderem muita performance e a deixarem-se expostos a um variadíssimo leque de problemas», concorda Elizabeth Alves, business development manager da Exclusive Networks.

Entre as áreas mais visadas por esforços de consolidação e estratégias de implementação mais afinadas, acredita Edgar Ivo, estarão este ano tópicos como cloud first, IoT, big data ou devops, «que em conjunto são fundamentais para a verdadeira transformação digital das atuais organizações, e que acreditamos terão uma preponderância fundamental nos projetos de TI neste ano de 2017», destaca o key account manager da Red Hat.

Promover a interoperabilidade entre soluções e garantir que têm condições para crescer rapidamente em novas geografias, ou novas áreas, não será menos importante e como tal também são aspetos indicados como grandes desafios do ano por alguns representantes da indústria. Michael de Castro, territory manager da Suse, destaca a interoperabilidade das soluções tecnológicas com sistemas externos baseados em arquiteturas distintas ou de fabricantes distintos: «Os sistemas são cada vez mais diversificados e complexos, resultando em ambientes heterogéneos e multifabricante. Em resposta a esta necessidade, uma das temáticas que tem ganho mais relevância nos últimos anos consiste na interoperabilidade», que na sua visão continuará a ser um tema quente.

João Araújo, diretor de estratégia e inovação da Glintt prefere destacar a relevância da flexibilidade  das TI «num contexto em que as arquiteturas tecnológicas são pressionadas para responder rapidamente às opções estratégicas das organizações, permitido o plug-in de novas geografias, novos produtos/negócios ou novas empresas».

Gestão dos dados vai continuar a dar dores de cabeça às empresas

Enquanto redefinem arquiteturas e montam estratégias para tirar o melhor partido dos investimentos feitos em diferentes plataformas, as empresas continuam a ter de encontrar respostas para gerir os gigantescos volumes de dados que hoje podem ter à sua disposição. «Mais de 80% da informação que chega às empresas não é estruturada o que quer dizer que não está pronta a ser a “consumida” pelos sistemas de tomada de decisões», recorda Hugo Pacheco, head of presales & solutin da Papersoft. «Este facto faz com que os processos nas empresas estejam quebrados, as pessoas, inundadas de informação e coloca as empresas numa situação de incapacidade para satisfazer as necessidades dos clientes», acrescenta.

«Gerir volumes crescentes de informação, de uma forma cada vez mais acessível e com requisitos de disponibilidade/resiliência mais exigentes», tornou-se premente, como também sublinha Michael de Castro. E é a dimensão do desafio que o volta a atirar para a lista dos grandes temas do ano, como já aconteceu nos anos anteriores e como promete continuar a acontecer nos seguintes. Numa expressão, a palavra do ano neste domínio será literacia dos dados, defende Carlos Jerónimo, responsável da Qlik Portugal.

«A lacuna existente entre os dados disponíveis e a capacidade de utilizá-los, que resulta de o aumento dos especialistas de dados observado em 2016 não acompanhar o crescimento exponencial de dados a que temos vindo a assistir, forçarão as empresas a acordar para esta realidade, em que saber lidar com os dados é tão importante como a escrita e a literatura o eram há 100 anos», sustenta este responsável.


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